Austrália deve ratificar Kyoto em breve
O novo primeiro-ministro australiano, o trabalhista Kevin Rudd, deve assinar em breve o protocolo de Kyoto sobre o aquecimento global, uma de suas principais promessas eleitorais.
"A decisão será tomada por Kevin, mas considerem certo que será muito em breve", afirmou Julia Gillard, assessora de Rudd no Partido Trabalhista, que obteve uma ampla vitória nas eleições legislativas de sábado.
"Podemos ratificar Kyoto sem sessão no Parlamento", acrescentou, antes de ressaltar a determinação dos trabalhistas de respeitar as promessas de campanha, em particular a retirada das tropas australianas do Iraque.
Emissões
As emissões de gás estufa da Austrália estão entre as mais altas do mundo em proporção com a população.
Em pesquisa publicada recentemente pelo site Carbon Monitoring for Action (Carma, na sigla em inglês), revela que a Austrália é o país com o maior volume per capita de emissão de dióxido de carbono (CO2) resultante da geração de eletricidade.
Presidente do IPCC considera essencial reduzir emissões de CO2 até 2015
O presidente do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU), Rajendra Pachauri, advertiu nesta segunda-feira (26) que é "absolutamente essencial" reduzir as emissões de CO2 (dióxido de carbono) até 2015, ou as temperaturas poderiam subir muito além do previsto.
O responsável do IPCC --que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em outubro-- ressaltou que os diferentes países devem se adaptar à mudança climática e tomar "medidas vigorosas" para reduzir a emissão dos gases do efeito estufa.
Pachauri discursou na quarta Conferência Internacional sobre a Educação Ambiental, realizada em Ahmedabad, no oeste da Índia, e lembrou que a mudança climática "levou a um aumento no nível do mar", que no século XX subiu 17 centímetros, número considerado grande.
Extinção
Segundo o presidente do IPCC, este aumento do nível do mar afetará as características do planeta e significará o fim de "muitas comunidades", especialmente em países como as Ilhas Maurício e Bangladesh, já ameaçados pela alta das águas.
O especialista alertou que o rápido degelo das geleiras no Himalaia tem implicações consideráveis no abastecimento de água no norte do subcontinente indiano.
"Como a maioria dos rios nasce nessas geleiras, há muitas probabilidades de que haja uma redução no fornecimento de água", assegurou Pachauri.
"Não podemos seguir por um caminho que ignora totalmente o impacto e as conseqüências de nossas ações no ecossistema da Terra", ressaltou.
Fósseis dominam energia até 2030, prevê relatório
O futuro ao carvão pertence. Um relatório divulgado ontem pela Agência Internacional de Energia mostra que o combustível fóssil mais abundante, mais barato e mais poluente está sofrendo uma "ressurgência" de consumo e deve passar a responder por quase 30% da demanda energética global até 2030, contra 25% hoje.
A fome do planeta por carvão mineral tem endereço certo: Índia e China, gigantes asiáticos de crescimento econômico acelerado, que juntos responderão por 45% do aumento global na demanda por energia.
O Panorama Energético Mundial 2007, relatório anual cujo sumário executivo está na internet, traz uma perspectiva sombria para o combate ao aquecimento global após 2012 (quando vence o Protocolo de Kyoto).
Ele prevê que, se nada for feito agora, os combustíveis fósseis, que emitem gás carbônico e esquentam o planeta, continuarão dominando a matriz energética. Nem os altos preços do petróleo serão capazes de conter essa marcha. Ao contrário, "preços mais altos do petróleo e do gás estão tornando o carvão mais competitivo como combustível para geração de energia", diz o texto.
As emissões de gás carbônico decorrentes desse aumento podem saltar 57%. Sairão de 27 bilhões de toneladas de CO2 em 2005 para 42 bilhões em 2030.
Políticas alternativas
Mesmo no chamado cenário de políticas alternativas, no qual os governos agem para evitar que a economia siga o rumo atual, implementando medidas de eficiência energética e investindo em fontes alternativas de energia, as emissões em 2030 ainda estarão 27% mais altas em 2030 do que em 2005.
Isso significa que o mais provável é que, se as emissões de fato forem contidas, será possível estabilizar as concentrações de gás carbônico na atmosfera em 550 partes por milhão --o dobro dos níveis pré-industriais.
Isso fará o planeta esquentar 3ºC. Para limitar o aquecimento a um nível considerado seguro pelos cientistas, 2,5ºC, seria necessário um corte de emissões de 19 bilhões de toneladas, algo que a agência praticamente descarta. "Uma ação política excepcionalmente rápida e vigorosa de todos os países e avanços tecnológicos sem precedentes, com custos altos, seriam necessários para tornar [isso] realidade."
Países estão emitindo mais carbono do que nunca, diz ONU
As indústrias no mundo estão emitindo carbono na atmosfera em níveis nunca antes registrados, e os países têm poucos anos para reverter essa tendência e evitar mudanças climáticas calamitosas. Essa afirmação foi feita nesta terça-feira pelo secretário-executivo da Convenção da ONU para a Mudança Climática, Yvo de Boer.
No total, os países industrializados conseguiram reduzir a emissão de gases do efeito estufa durante a década de 90, mas a tendência se reverteu em 2000. As emissões vem crescendo desde então, atingindo praticamente um recorde em 2005.
"As emissões estão crescendo de uma forma preocupante", afirmou Boer.
Ele afirmou que o incremento nas emissões ocorre principalmente no Ocidente, em razão por exemplo do crescimento das economias que formavam o bloco socialista, onde o índice de poluição deu um enorme salto nos anos 90.
"Nós temos de 10 a 15 anos para reverter a tendências das emissões globais de alta para uma baixa, se nós quisermos evitar muitas conseqüências catastróficas", afirmou ele, em encontro com cientistas.
As emissões nos Estados Unidos, que não ratificaram o Protocolo de Kyoto, cresceram mais de 16% entre 1990 e 2005. A expectativa é que esse índice chegue a 26% em 2012.
No mês que vem, cerca de 180 países terão um encontro importante em Bali, na Indonésia, para iniciar as negociações sobre uma estratégia para controlar as emissões após o fim do protocolo de Kyoto, em 2012.
O novo primeiro-ministro australiano, o trabalhista Kevin Rudd, deve assinar em breve o protocolo de Kyoto sobre o aquecimento global, uma de suas principais promessas eleitorais.
"A decisão será tomada por Kevin, mas considerem certo que será muito em breve", afirmou Julia Gillard, assessora de Rudd no Partido Trabalhista, que obteve uma ampla vitória nas eleições legislativas de sábado.
"Podemos ratificar Kyoto sem sessão no Parlamento", acrescentou, antes de ressaltar a determinação dos trabalhistas de respeitar as promessas de campanha, em particular a retirada das tropas australianas do Iraque.
Emissões
As emissões de gás estufa da Austrália estão entre as mais altas do mundo em proporção com a população.
Em pesquisa publicada recentemente pelo site Carbon Monitoring for Action (Carma, na sigla em inglês), revela que a Austrália é o país com o maior volume per capita de emissão de dióxido de carbono (CO2) resultante da geração de eletricidade.
Presidente do IPCC considera essencial reduzir emissões de CO2 até 2015
O presidente do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU), Rajendra Pachauri, advertiu nesta segunda-feira (26) que é "absolutamente essencial" reduzir as emissões de CO2 (dióxido de carbono) até 2015, ou as temperaturas poderiam subir muito além do previsto.
O responsável do IPCC --que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em outubro-- ressaltou que os diferentes países devem se adaptar à mudança climática e tomar "medidas vigorosas" para reduzir a emissão dos gases do efeito estufa.
Pachauri discursou na quarta Conferência Internacional sobre a Educação Ambiental, realizada em Ahmedabad, no oeste da Índia, e lembrou que a mudança climática "levou a um aumento no nível do mar", que no século XX subiu 17 centímetros, número considerado grande.
Extinção
Segundo o presidente do IPCC, este aumento do nível do mar afetará as características do planeta e significará o fim de "muitas comunidades", especialmente em países como as Ilhas Maurício e Bangladesh, já ameaçados pela alta das águas.
O especialista alertou que o rápido degelo das geleiras no Himalaia tem implicações consideráveis no abastecimento de água no norte do subcontinente indiano.
"Como a maioria dos rios nasce nessas geleiras, há muitas probabilidades de que haja uma redução no fornecimento de água", assegurou Pachauri.
"Não podemos seguir por um caminho que ignora totalmente o impacto e as conseqüências de nossas ações no ecossistema da Terra", ressaltou.
Fósseis dominam energia até 2030, prevê relatório
O futuro ao carvão pertence. Um relatório divulgado ontem pela Agência Internacional de Energia mostra que o combustível fóssil mais abundante, mais barato e mais poluente está sofrendo uma "ressurgência" de consumo e deve passar a responder por quase 30% da demanda energética global até 2030, contra 25% hoje.
A fome do planeta por carvão mineral tem endereço certo: Índia e China, gigantes asiáticos de crescimento econômico acelerado, que juntos responderão por 45% do aumento global na demanda por energia.
O Panorama Energético Mundial 2007, relatório anual cujo sumário executivo está na internet, traz uma perspectiva sombria para o combate ao aquecimento global após 2012 (quando vence o Protocolo de Kyoto).
Ele prevê que, se nada for feito agora, os combustíveis fósseis, que emitem gás carbônico e esquentam o planeta, continuarão dominando a matriz energética. Nem os altos preços do petróleo serão capazes de conter essa marcha. Ao contrário, "preços mais altos do petróleo e do gás estão tornando o carvão mais competitivo como combustível para geração de energia", diz o texto.
As emissões de gás carbônico decorrentes desse aumento podem saltar 57%. Sairão de 27 bilhões de toneladas de CO2 em 2005 para 42 bilhões em 2030.
Políticas alternativas
Mesmo no chamado cenário de políticas alternativas, no qual os governos agem para evitar que a economia siga o rumo atual, implementando medidas de eficiência energética e investindo em fontes alternativas de energia, as emissões em 2030 ainda estarão 27% mais altas em 2030 do que em 2005.
Isso significa que o mais provável é que, se as emissões de fato forem contidas, será possível estabilizar as concentrações de gás carbônico na atmosfera em 550 partes por milhão --o dobro dos níveis pré-industriais.
Isso fará o planeta esquentar 3ºC. Para limitar o aquecimento a um nível considerado seguro pelos cientistas, 2,5ºC, seria necessário um corte de emissões de 19 bilhões de toneladas, algo que a agência praticamente descarta. "Uma ação política excepcionalmente rápida e vigorosa de todos os países e avanços tecnológicos sem precedentes, com custos altos, seriam necessários para tornar [isso] realidade."
Países estão emitindo mais carbono do que nunca, diz ONU
As indústrias no mundo estão emitindo carbono na atmosfera em níveis nunca antes registrados, e os países têm poucos anos para reverter essa tendência e evitar mudanças climáticas calamitosas. Essa afirmação foi feita nesta terça-feira pelo secretário-executivo da Convenção da ONU para a Mudança Climática, Yvo de Boer.
No total, os países industrializados conseguiram reduzir a emissão de gases do efeito estufa durante a década de 90, mas a tendência se reverteu em 2000. As emissões vem crescendo desde então, atingindo praticamente um recorde em 2005.
"As emissões estão crescendo de uma forma preocupante", afirmou Boer.
Ele afirmou que o incremento nas emissões ocorre principalmente no Ocidente, em razão por exemplo do crescimento das economias que formavam o bloco socialista, onde o índice de poluição deu um enorme salto nos anos 90.
"Nós temos de 10 a 15 anos para reverter a tendências das emissões globais de alta para uma baixa, se nós quisermos evitar muitas conseqüências catastróficas", afirmou ele, em encontro com cientistas.
As emissões nos Estados Unidos, que não ratificaram o Protocolo de Kyoto, cresceram mais de 16% entre 1990 e 2005. A expectativa é que esse índice chegue a 26% em 2012.
No mês que vem, cerca de 180 países terão um encontro importante em Bali, na Indonésia, para iniciar as negociações sobre uma estratégia para controlar as emissões após o fim do protocolo de Kyoto, em 2012.