MANAUS- A delegação do Amazonas participou da 10ª Conferência das partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP10) para auxiliar na criação de propostas para que cada país contabilize o capital natural e promova a participação de ministérios de finanças e de meio ambiente. A participação da delegação do Amazonas na COP10 (10ª Conferência das partes da Convenção sobre Diversidade Biológica) ocorreu durante a última semana do evento.
Participaram dos debates dos parlamentares, a titular da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Nádia Ferreira, a Coordenadora do Centro Estadual de Mudanças Climáticas, Natalie Unterstell, e o Coordenador do Centro Estadual de Unidades de Conservação, Domingos Macedo, em companhia da Deputada Federal Rebecca Garcia, representante do Congresso Brasileiro.
Outra participação do Amazonas ocorreu durante o evento do Ministério do Meio Ambiente. Na ocasião, foram apresentados os resultados do Programa Áreas Protegidas (Arpa), no Amazonas, desde o ano de 2003, além de abordagem da implementação das Unidades de Conservação estaduais. O ARPA apoia 62 Unidades de Conservação em 32 milhões de hectares. Ao todo, 42% dessas áreas estão no Amazonas.
O evento paralelo com o WWF ocorreu no dia 27 de outubro. O Governo do Amazonas fez uma avaliação das suas políticas de conservação ambiental, relacionadas as metas de redução da perda de biodiversidade da CDB, além das metas alcançadas na redução de desmatamento e implementação de áreas protegidas.
Ainda nesse dia, a delegação do Amazonas apresentou as iniciativas de reconhecimento de dois Mosaicos de áreas protegidas (Baixo rio negro e da Amazônia Meridional) para propor uma gestão integrada das áreas protegidas e evitar o desmatamento.
COP 10
O tema da Biodiversidade iniciou no Brasil em 1992, no Rio de Janeiro, além dos temas de mudanças climáticas e combate a desertificação, por meio de Convenções das Nações Unidas. Em 2000, 192 países mais a União Européia comprometeram-se a implementar medidas nacionais e internacionais para: conservar a diversidade biológica; promover o uso sustentável de seus componentes; e assegurar a repartição equitativa e justa dos benefícios dos recursos genéticos.
Passada uma década, quase nada do que foi acordado em nível mundial se materializou em relação à redução da perda da diversidade do planeta. Na verdade, a biodiversidade vem se reduzindo em níveis cada vez mais intensos.
No último dia 27 de outubro, foi lançado o Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas no Mundo pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), apontando que das 52 mil espécies estudadas, 37% estão ameaçadas de extinção, o documento relata, ainda, que em média, 50 espécies de mamíferos, pássaros e anfíbios estão mais perto da extinção a cada ano.
Estudo realizado pela WWF Amazônia Viva! Durante o período de 1999 a 2009, demonstra a megadiversidade da Amazônia, equivalente a uma nova descoberta de espécie a cada três dias. No âmbito geral, o Brasil foi o país que mais contribuiu com novas espécies nessa década, valorizando o conhecimento científico das instituições de pesquisa brasileiras que atuam na Amazônia.
Entre as medidas para as próximas décadas estão o estabelecimento de novas metas (Plano Estratégico 2020), regras para acesso a recursos genéticos e repartição de benefícios (ABS), Fundos Internacionais ( financiamento) e implementação de um Painel Intergovernamental de Monitoramento da Biodiversidade (IPBS).
Negociação
Países pobres ou em desenvolvimento, mas ricos em biodiversidade, provedores de recursos naturais destinados a remédios, cosméticos e segurança alimentar a exemplo do Brasil, Indonésia, Índia, México e África do Sul estão em negociação com países industrializados que utilizam a matéria-prima da natureza, e detém capital e tecnologia para registros de patentes, a exemplo do Japão, Alemanha, França, Canadá.
Os EUA não participam da Convenção, mas ontem (28) foi assinada uma carta pelo Secretário Executivo da CDB Ahmed Djoghiaf e pelo autor Harrison Ford – vice chairman da Conservação Internacional, endereçada ao presidente Barack OBAMA solicitando a ratificação da Convenção. O principal objetivo do Brasil em Nagóia é aprovar o protocolo internacional que regula a exploração dos recursos genéticos e a repartição de seus benefícios, conhecido por “ABS” pela sigla em inglês.
Fonte - Portal Amazônia
8 de novembro de 2010
segunda-feira, novembro 08, 2010