4 de outubro de 2007

Mapa dos biomas contribui para conhecimento da Amazônia



Os tipos de solos da Amazônia, vegetação nativa florestal e não florestal, áreas antrópicas, vegetação secundária, condições dos recursos hídricos, área prioritárias para conservação, entre outras, são informações que compõem o Mapa dos Biomas brasileiro. O documento foi apresentado na manhã de hoje (4/10) pelo assessor da diretoria executiva da Embrapa, José Felipe Ribeiro, durante audiência pública, promovida pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional (CAINDR). O evento atendeu a solicitação do deputado Márcio Junqueira (DEM-RR).

Por todas as informações apresentadas, Junqueira disse estar claro que o maior patrimônio de vida do Brasil é a Amazônia. “Os especialistas apresentaram os números: a região tem a maior extensão de terra, a maior quantidade de água doce, a maior diversidade de fauna e flora. Proponho a criação de um Ministério Amazônico”, defendeu.

De acordo com o Mapa, a Amazônia tem hoje 1,71 milhão de Km2 ambientalmente protegidos, que representa 33,5% do total de área da região, possui cerca de 180 povos indígenas, 357 comunidades remanescentes de quilombolas e milhares de comunidades de seringueiros, ribeirinhos e babaçueiros. No total a região tem 23,61 milhões de habitantes, que representam 12,8% da população brasileira, 68% dessas pessoas vivem em vilas e cidades.

De acordo com Felipe Ribeiro, o grande desafio das políticas públicas da região é onde e como compatibilizar desenvolvimento, inclusão social e preservação ambiental. Entre elas, ele destacou o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazõnia Legal (PPCDAM), que objetiva regularização fundiária e reforma agrária sustentáveis, desenvolvido numa parceria da Embrapa com o Incra. Citou também a intensificação do uso agroeconômico das áreas já desmatadas e o uso em escala de instrumentos econômicos para a valorização da floresta em pé. Essas ações são balizadas por informações resultantes do mapeamento dos biomas. O Mapa revelou também as florestas energéticas, as espécies nativas com potencial para biodiesel como o buriti, o inajá e o dendê, entre outras.

O mapeamento aconteceu em 2004 feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Mapa dos biomas é conceituado como um “conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, resultando em diversidade biológica própria”.

O coordenador de recursos naturais e estatísticos ambientais do IBGE, Celso José Monteiro Filho, explicou que o Mapa dos Biomas teve como referência o Mapa de Vegetação do Brasil. “Cada bioma abrangeria grandes áreas contínuas, observadas suas condições de mapeabilidade. Foram considerados exclusivamente os biomas continentais com denominação regionais já conhecidas. O que gerou os biomas: Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Pantanal e Pampa”, informou.

“O Instituto de Pesquisas da Amazônia (INPA) teve considerável contribuição para este banco banco de dados gigantesco”, disse Rogério Gribel, pesquisador da instituição científica. Ele ressaltou que a diversidade da Amazônia, vista como muito positiva, é uma grande barreira ao desenvolvimento quando não se tem informações de como fazê-lo adequadamente. “Trabalhamos para termos mapas cada vez mais atualizados que possam orientar este desenvolvimento”, enfatizou.

Além do autor autor do requerimento, contribuíram com intervenções na audiência os deputados Asdrubal Bentes (PMDB-PA), Giovani Queiroz (PDT-PA). O evento foi aberto pelo deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-AP).