24 de outubro de 2007

SOCIEDADE - A Telemedicina se expande no Estado do Amazonas




Apresentei um requerimento à Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, o qual solicita a realização de uma audiencia pública com o Ministro da Saúde, Sr. José Gomes Temporão, do Secretário de Saúde do Estado do Amazonas, Dr. Wilson Alecrim, do Professor titular da disciplina de Telemedicina da USP, Dr. Chao Lung Wen e do Presidente da Intel Brasil, Sr. Oscar Clarke e o Coordenador do Pólo de Telemedicina da Amazônia, Dr. Pedro Elias de Souza, para discutir a ampliação do serviço Telemedicina para o Estado do Amazonas.A aceitação e o apoio dos presentes foi expressiva, aprovando o requerimento com unamidade. O objetivo é fazer com que os municípios do interior possam qualificar-se no atendimento às pessoas mais carentes.

Um dos problemas enfrentados na saúde do interior do Estado do Amazonas é a grande distância geográfica entre alguns municípios e a capital. O Estado tem sob sua responsabilidade 61 hospitais – um em cada município do interior. A realidade enfrentada pelos amazonenses, na área da saúde, é diferenciada da dos outros estados brasileiros, o que significa uma responsabilidade redobrada para os gestores públicos. Além da dificuldade de acesso – o que gera uma procura expressiva à rede médica da capital, Manaus – há outros problemas como a falta de profissionais especializados e a infra-estrutura escassa de equipamentos e leitos hospitalares.

A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) inaugurou um centro de tecnologia (CETEC) para a prática da Telemedicina na região. A infra-estrutura abrange quatro salas e dois auditórios, com redes de Internet Banda Larga, sistemas wireless, servidores, computadores, notebooks, equipamento para videoconferência, softwares para webconferência e pesquisa. São ferramentas essenciais para encurtar as distâncias e aproximar os médicos e especialistas das comunidades isoladas, cujo acesso muitas vezes somente é possível por meio de barco ou avião.

Um projeto que está sendo desenvolvido nas cidades de Manaus e Parintins, é o Projeto Jovem Doutor. Uma atividade multiprofissional, a qual utiliza recursos de Telemedicina, educação a distância e do Projeto Homem Virtual, com o propósito de incentivar os estudantes dos ensinos médio e superior a realizarem trabalhos cooperados que promovam a saúde e melhorem a qualidade de vida de comunidades necessitadas através de uma ação sustentada. Dentro do contexto do Jovem Doutor, pode-se incorporar assuntos tais como a preservação de ecossistemas e mananciais de água, ou mesmo reciclagem de "lixos". Estas ações poderão ajudar as comunidades a desenvolverem algumas dinâmicas que auxiliarão na sustentabilidade do processo.

Trata-se de uma oportunidade de exercício de cidadania e de iniciação científica, com aplicação prática dos conhecimentos obtidos em sala de aula, sob a orientação do professores. Proporciona aos alunos do ensino superior a compreensão das características da atenção básica em saúde. A partir da interação com estudantes de outras profissões é possível promover a saúde global das comunidades selecionadas. Para os alunos do ensino médio, o Projeto Jovem Doutor representa uma chance de inclusão digital e de aprendizado sobre saúde, por meio de Cursos de Extensão Universitária. Também possibilita o desenvolvimento de um papel social na sua própria comunidade, com o conhecimento da infra-estrutura de saúde da cidade. Ainda permite aprender mais sobre a dinâmica de uma universidade, na fase da vida que antecede a escolha profissional.

Além destes aspectos, o Jovem Doutor é uma ação da universidade para a sociedade, a qual estabelece um processo de compromisso social em diversas regiões e segmentos profissionais. As temáticas abordadas são selecionadas e desenvolvidas em conjunto com os moradores das comunidades, de acordo com as necessidades locais, criando um elo de responsabilidade e motivação.

Para que estas metas sejam alcançadas, é recomendável o envolvimento das secretarias de educação e de saúde dos municípios. Entre as ferramentas empregadas no projeto estão: Homem Virtual, vídeos educacionais (Geração Saúde do MEC ou vídeos desenvolvidos pelos alunos), educação a distância, webconferência, listas de discussão e ambulatório virtual.

Para tanto, entendo que devamos discutir o acesso à telemedicina para que as pessoas possam ser melhor assistidas, tendo condições de verem seus problemas sanados através da tecnologia do diagnóstico à distância. Além da melhoria dos serviços de saúde e a educação da população para prevenção de doenças. A experiência deste projeto deve servir como um norte na construção de um modelo para ser adotado em todo o Estado do Amazonas.