16 de janeiro de 2008

SOCIEDADE - As forças desejam serem fortes

COMENTÁRIO

No ano de 2007 participei de reuniões com os chefes das Forças Armadas brasileiras, juntamente com o Presidente do Sindicato dos Servidores dos Funcionários Civis das Forças, Sr. Cláudio Santana. Em todos estes encontros, apresentamos as reinvidicações da classe, dialogando com os representantes de forma a ampliar a questão. Leia-se atender também todos aqueles que se encontram marginalizados pelo governo brasileiro : militares, suas famílias.
No final do mesmo ano a revista "Veja" publicou uma extensa reportagem mostrando pontualmente toda a questão militar, sua defasagem estrutural, financeira e logística.
Incrédulos e desesperançosos com as promessas deste governo, os militares irão realizar uma manifestação para poder chamar a atenção da sociedade sobre seus problemas, suas demandas.
Não só apóio, como estarei em 2008 continuando minha peregrinação para dar cabo a uma proposta da criação de um efetivo plano de cargos salários à categoria.
Da Folha de São Paulo

Insatisfeitos com os baixos salários, militares das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) estão sendo mobilizados para um ato de protesto, marcado para o próximo dia 31, contra o governo federal. Eles querem equiparação salarial com a Polícia Federal e o fim "do sucateamento das Forças Armadas".

Oficialmente, a organização dos protestos do dia 31, chamado de "dia D", é atribuído à Unemfa (União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas), mas em quartéis do sul do Brasil circula, desde ontem, cópias de um manifesto que prega, além do protesto pacífico por melhores condições de trabalho e soldo, uma insurgência aberta contra o presidente Lula e os ministros da área econômica.

Um dos organizadores do "dia D", o ex-capitão Luís Fernando Silva disse que "o protesto será ordeiro e pacífico e qualquer outro posicionamento vai depender da reação do governo". Ontem, o Ministério da Defesa, por meio de sua assessoria de imprensa, disse não reconhecer qualquer movimento de insatisfação das tropas.

Segundo Silva, a idéia inicial é organizar protestos em Brasília, Rio de Janeiro e "duas outras capitais ainda não definidas", com "soldados deixando os quartéis e protestando junto com amigos e familiares". Para os militares que servem em unidades no interior do país, está sendo pedido que deixem os quartéis no dia do protesto. Em Apucarana (norte do Paraná), por exemplo, uma manifestação está programada em frente ao quartel do Exército na cidade, às 16h do dia 31.

Silva, no entanto, criticou o manifesto que circula por quartéis do sul do país. "A idéia é um protesto ordeiro, sem a insurgência proposta nesse manifesto", disse.

Ivone Luzardo, presidenta da Unemfa, no entanto, concorda com o manifesto, que prega "manter as autoridades da área econômica (ministros da Fazenda e Planejamento) e o presidente da República imobilizados, sem meios de locomoção terrestre e comunicações". "Pode parecer radical, mas o governo não paga o que deve, logo não é digno de ter essa proteção das Forças Armadas", disse Luzardo.

O autor do manifesto é o capitão reformado José Geraldo Pimentel, 70, do Exército, que propõe ainda que os militares, no dia 31, "silenciem" Brasília, cortando as comunicações. Para isso, ele conclama os militares à sabotagem dos meios de transporte e de comunicação.

Ouvido ontem pela Folha, o capitão Pimentel disse que seu manifesto contém apenas o que pode ser publicado. "Medidas mais sérias, que serão tomadas pelos militares na ativa, eu não divulguei, para que não sejam abortadas.