20 de março de 2008

MEIO AMBIENTE - Um caminho rasgado no horizonte. Uma ferrovia para o mundo e muito debate no ar.




Isolamento. Distância entre pontos longínquos, setor produtivo e consumidor. Acesso das pessoas a locais intangíveis, movimentos pendulares,Turismo.Preservação. Um composto somatório de várias vozes consonantes no Estado do Amazonas, e, principalmente naqueles que têm o entendimento claro de que é necessário uma revitalização do sistema de transporte estadual.A Região Norte clama por sol desde a Mamoré...
Este foi o tema de pano de fundo para o seminário realizado em Manaus na última quarta-feira (19), intitulado "Ferrovia X BR-319: um debate necessário e urgente para o Amazonas", realizado por ONGs, com o apoio do governo do Estado do Amazonas. Realizado no auditório da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), reuniu religiosos, estudantes, pesquisadores, representantes do Ministério do Meio Ambiente e órgãos estaduais.
“Por melhores que sejam essas intenções, se nos nos laçarmos numa aventura de ferrovia, nós não faremos a BR-319 e nem a ferrovia. Não vale a pena perder essa oportunidade de terminar a estrada”, afirmou nesta quarta-feira (19) o chefe de gabinete do Ministério dos Transportes, Aluísio Augusto de Queiroz Braga. Segundo ele, as obras na BR-319 devem ser concluídas em 2011 e estão recebendo recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. O custo total está estimado em R$ 675 milhões.
Outro lado
No entanto, para o representante da ONG Preserve a Amazônia, Marcos Mariani, há forte indício de que empreteiros pressionam o governo federal para execução das obras. "As estradas favorecem o desmatamento, e os estudos ambientais para licenciamento de rodovias não atendem à legislação brasileira.", comentou Mariani. Ele estuda a possibilidade de pedir, na Justiça, a paralisação das obras, como será feito na BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA).
Um dos maiores problemas é o que mostram estudos e estatísticas sobre o desmatamento. Eles apontam que mais de 80% da área desmatada na Amazônia, que abrange os estados de Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Acre e Mato Grosso, estão a até 50 km das rodovias.
Discurso
Leia em matéria anterior, discurso de minha autoria sobre o tema. E veja trecho abaixo
(...) "O Amazonas, que tem 98% do seu território preservados, é o único Estado isolado do resto do Brasil por via terrestre. Quem quiser chegar ao Amazonas ou vai de avião ou vai de navio. Por estrada, só se quiser se aventurar nos atoleiros da BR-319, asfaltada em 1977 e hoje transformada em charco.É bom para o Brasil que o Amazonas fique isolado assim? Interessa aos brasileiros ter a principal fatia nacional da Amazônia abandonada dessa forma? Claro que não.(...)
Movimento
Para quem não conhece ainda o movimento a favor de ferrovias na região "Vá de Trem! Preserve a Amazônia", acesse a página da ONG para saber mais detalhes www.preserveamazonia.org.