12 de maio de 2008

Na política como na vida, mãe é sempre mãe

A figura materna é essencial na vida de qualquer pessoa. Na carreira política não é diferente. O apoio da mãe nas dificuldades e percalços da trajetória parlamentar pode representar um trabalho bem-sucedido. Por outro lado, as mães que atuam na política precisam se desdobrar para dar conta do trabalho e da educação dos filhos.

A dona de casa Terezinha de Jesus Pereira da Silva, 60, mãe do vereador Braz Silva (PSDC), é um exemplo de influência positiva na vida do parlamentar. Mãe de oito filhos – e mais um de criação – ela conta que, junto ao marido, sempre se esforçou para dar uma vida digna à família, mesmo em condições financeiras desfavoráveis. Ela acredita que agora está colhendo os frutos da boa educação que deu aos filhos.

Um cartaz com a foto do filho vereador na fachada de sua casa, no bairro Betânia, Zona Sul da cidade, já dá uma idéia do tamanho do carinho e da dedicação de dona Terezinha. Ao falar da família, ela se mostra entusiasmada e diz que todo o sofrimento que passou para criar os filhos valeu a pena. “Graças a Deus, vivo muito feliz”, ressalta.

Dona Terezinha participa intensamente da vida política do filho. “Quando ele disse que queria ser candidato, pedi que ele pensasse muito bem se era realmente isso que ele queria. Tinha medo desse negócio de política, porque meu filho é uma pessoa honesta e a gente sabe que nesse meio existe muita coisa ruim. Mesmo assim, dei apoio”, conta.

Uma das mais esforçadas militantes da campanha de Braz Silva foi a própria mãe. O parlamentar concorreu pela primeira vez às eleições municipais em 2000, mas não conseguiu levar a disputa. “Nós batalhamos muito. Eu pedia voto para as pessoas da família, para os amigos”, lembra. Na segunda tentativa, ele se elegeu vereador.

Incentivo - A educação baseada na religiosidade e no respeito ao próximo é apontada pelo vereador Braz Silva como uma das grandes contribuições de sua mãe tanto para a vida pessoal quanto profissional. “Nossa família é matriarcal. Minha mãe manda em todo mundo, aconselha e me ajuda muito quando estou enfrentando alguma dificuldade”, conta o parlamentar.Na avaliação dele, a mãe é a grande responsável por seu interesse pela ajuda humanitária. “Se eu tenho esse perfil de ser uma pessoa solidária é porque eu me espelhei nela”, afirma.O parlamentar diz que está sempre em contato com dona Terezinha, seja por telefone ou mesmo indo à casa dela. “Parece que ainda não cortamos o cordão umbilical. Todos os dias nos encontramos, almoço com ela, e aos domingos vamos à igreja juntos”, ressalta.

Política e família - Militante desde a década de 1980, a deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB) fala sobre a dificuldade em dividir o tempo entre as atividades políticas durante mais de duas décadas e a criação da filha Rafaela, hoje com 24 anos e formada em medicina. “Eu e o Eron (Bezerra, marido da deputada, do mesmo partido) sempre acordamos muito cedo para tomar café com ela e levá-la à escola. Apesar da vida corrida, sempre procurei ter um tempo para ficar perto dela”, lembra.

Vanessa conta que o apoio dos pais também foi muito importante para que ela pudesse se dedicar à política. “Tive muita ajuda da minha mãe e do meu pai para cuidar da Rafaela. No início da militância, eu viajava bastante e eles ficavam com a minha filha para que eu pudesse desenvolver meus trabalhos”, diz.

As folgas entre um projeto e outro e os dias de férias eram aproveitados para reunir a família. Além disso, a parlamentar conta que muitas vezes teve que levar a filha em reuniões, encontros do PCdoB e até mesmo para o trabalho na Assembléia Legislativa, quando exerceu mandatos como deputada estadual. “Ela participou de tanta coisa sem querer, e eu acho que isso fez com que ela não se interessasse pela carreira política”, afirma.

Estreante na política, a deputada federal Rebecca Garcia acredita que está conseguindo administrar bem o tempo entre a vida política em Brasília e a educação dos filhos de 3 e 6 anos, que ficam em Manaus. “No começo foi difícil, mas agora consigo lidar melhor com a situação”, ressalta.

A deputada passa três dias da semana na capital federal e fica em Manaus no período entre sexta e segunda-feira. “Quando estou aqui, faço questão de levá-los à escola, ajudar a fazer a lição de casa, passear, levar ao médico. Domingo é um dia sagrado para ficar com eles, se puder não atendo nem o celular”, conta.


Fonte: Fabíola Pascarelli / Amazonas em Tempo