A Deputada Rebecca Garcia se pronunciou na Tribuna do Plenário da Câmara dos Deputados, na tarde desta quarta-feira (9), sobre dois assuntos: eleições e saúde.
Confira na íntegra os discursos:
- ELEIÇÕES
Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados,
Não é verdade que a eleição deste ano se refira apenas aos vereadores e prefeitos. Não é correto dizer que nós, deputados federais, os deputados estaduais, senadores e governadores, dependentes de mandato eletivo, estejamos de fora do processo eleitoral.
Muitos membros desta Casa estão participando diretamente do processo, na condição de candidato.
Os sociólogos têm reverberado, país afora, as razões para os parlamentares entrarem em disputa de cargos Executivos. O principal que eles apontam é a frustração de cada um de nós pela falta de capacidade de realizar. Fazemos emendas ao Orçamento, carimbamos verbas, temos lindos projetos, mas são os chefes dos Executivos que decidem se as obras serão ou não colocadas de pé.
- SAÚDE
Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados,
O Ministério da Saúde começou esta semana, a campanha Saúde é bom saber! com foco na hanseníase. A intenção é transmitir a campanha nos canais de TV, rádios e jornais para munir toda a sociedade de informações sobre a doença, como se transmite, como identificar os sintomas e como fazer o tratamento adequado.
A hanseníase é uma doença infecciosa, causada por uma bactéria, conhecida como Bacilo de Hansen, que atinge principalmente a pele e os nervos, em especial os da face e extremidades, como braços, mãos, pernas e pés. No popular, é comum a chamarem de Lepra, porém o termo não é dos mais adequados, considerando toda a carga de preconceito que ele carrega.
Antigamente, além de sofrer com as conseqüências da doença e a ausência de tratamento, as pessoas infectadas ainda sofriam preconceito, discriminação e eram obrigadas a viver afastadas da sociedade. Normalmente eram enviadas para áreas isoladas, aonde ninguém chegava perto.
Felizmente, este quadro de estigmas e exclusão social está cada vez melhor. O preconceito é que está ficando isolado e está dando lugar para a informação, a prevenção e ao tratamento. Hoje, a hanseníase tem cura e, se tratada nos estágios iniciais, não deixa nem seqüelas. Além disso, quando tratada precocemente, a pessoa pára de transmitir a doença já nas primeiras doses dos medicamentos.
A mudança em relação ao preconceito é uma ótima notícia, mas, infelizmente, o Brasil é o segundo país com maior número de casos do mundo, perdendo apenas para a Índia. Segundo dados do Ministério da Saúde, a cada ano, o Brasil tem 47 mil novos casos da doença. Em 2005, dado mais recente, o país registrou 1,48 caso para cada 10 mil habitantes. A meta da campanha este ano é intensificar a identificação precoce da doença e o tratamento dos portadores.
No país, 15 mil postos de saúde fazem o diagnóstico e o tratamento é feito com medicamentos fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Durante a campanha, que vai até o dia 20 de julho, o Ministério irá distribuir 100 mil cartilhas intituladas Hanseníase e Direitos Humanos – Direitos e Deveres dos Usuários do SUS. Os exemplares serão distribuídos para gestores, ONGs e Secretaria de Direitos Humanos. A íntegra da cartilha está disponível no Portal Saúde (http://www.saude.gov.br/).
Além das cartilhas, o Ministério distribuirá dois milhões de panfletos sobre a doença, capacitou 100 profissionais do Disque-Saúde para fornecer informações por telefone e, em parceria com uma empresa de telefonia, lançará um milhão de cartões telefônicos sobre o tema.
A iniciativa é muito importante para que a sociedade se conscientize de que a hanseníase é uma doença que tem cura e que, com o tratamento adequado, não é transmissível. É preciso que o preconceito fique de lado pra sempre.