O Hospital Universitário Getúlio Vargas, em Manaus, foi inaugurado em 1965, por iniciativa do Governo do Estado. Na época, realizava atendimentos básicos, como assistência clínica e cirurgia geral. Além da população de Manaus, que era de aproximadamente 300 mil habitantes, pessoas de municípios e até de outros Estados próximos também eram atendidas na unidade. Mas, de lá pra cá, muita coisa mudou e, hoje, o hospital enfrenta uma série de problemas. Entre eles, a falta de infra-estrutura, equipamentos, pessoal e até medicamentos.De acordo com a gerente de risco sanitário do HUGV, Elizete Araújo, não existe saneamento básico dentro da unidade. Os esgotos vão direto para a rede pública e depois para os igarapés. O que segundo ela, está fora das normas do Ministério da Saúde. “Precisamos adquirir um sistema de tratamento de esgoto e resíduos sólidos. Isso é de fundamental importância e precisa ser resolvido com urgência”, diz Elizete.
Outra dificuldade do HUGV é uma dívida de insumos de R$ 5 milhões de reais. Para tentar sanar o problema a direção do hospital enviou no último dia 30 uma solicitação de ajuda ao Ministério da Educação (MEC). Mas, até agora não houve resposta.
“Sem orçamento, não podemos comprar medicamentos, fazer exames, etc. Hoje, o Rio Grande do Sul tem quatro hospitais universitários. O Amazonas tem só esse e em péssimas condições. O que nós ainda conseguimos realizar aqui são coisas pequenas e por isso o recurso que recebemos do SUS é pouco. Não temos como manter essa estrutura como a população merece”, desabafou o diretor geral do HUGV, Lourivaldo Rodrigues.
Esses e outros problemas foram abordados durante a visita que a deputada federal Rebecca Garcia fez à unidade, na manhã da segunda-feira. A parlamentar esteve com a direção e ainda esteve em vários setores, como as enfermarias e as novas instalações da pediatria, que estão prontas há mais de seis meses, mas, que não estão em funcionamento por falta de pessoal.
“O HUGV sempre foi referência na saúde em Manaus. Ele não pode ser visto agora como um problema. Vou me reunir com o Ministério das Cidades e levar a situação para resolvermos o quanto antes a questão do tratamento de esgoto, que é uma urgência”, disse Rebecca.
Sobre a infra-estrutura, a direção da unidade propõe a construção de um novo HUGV. Porém, para isso, é necessária uma parceria entre o MEC e o Ministério da Saúde, já que o hospital é vinculado do Ministério da Educação. O diretor da unidade explicou que já existe um pré-projeto. Mas, sem a ajuda de pessoas influentes é quase impossível ter acesso a essas melhorias. “Conseguimos uma madrinha agora e que tem a maior das intenções de ajudar o hospital. Essa unidade é da comunidade é precisa funcionar em sua plenitude”, comentou Lourivaldo.
“Ainda esta semana vou tentar marcar uma audiência com os representantes do MEC e do MS para vermos o que precisa ser feito para agilizar o socorro ao hospital. O HUGV tem os melhores médicos do Amazonas e vou fazer o possível para que os recursos cheguem. Precisamos colocar para funcionar o que está parado e isso tem que ser feito o quanto antes”, completou a deputada.
