30 de junho de 2008

Minha homenagem ao Festival de Parintins

Assim como acontece todos os anos, o último final de semana do mês de junho de 2008 ficaram mais uma vez marcados na história do Estado do Amazonas. Mais de 100 mil pessoas, vindas de todos os lugares do mundo, foram prestigiar o 43º Festival Folclórico de Parintins, na ilha de Tupinambaranas, mergulhada no rio Solimões, na cidade de Parintins, a 369 quilômetros a leste de Manaus.

Considerado o segundo maior festival folclórico do país, ficando atrás somente do Carnaval, o Festival de Parintins, que foi apresentado no formato atual pela primeira vez em 1964, está saindo cada vez mais do universo da Região Norte e conquistando os corações de milhares de brasileiros e estrangeiros, que vem ao país só para participar da festa.

O Festival é marcado pela rivalidade dos Bois Garantido e Caprichoso, o Coração Vermelho e a Estrela Azul, respectivamente. Nos dias de festa, as cores dividem a cidade em tudo o que se olha, nas placas, nas garrafinhas de água, nas roupas dos moradores, que trabalham o ano todo para garantir a beleza da festa, até nos telefones públicos, os Bois estão lá, marcando presença.

São três dias de muita música, festa e alegria. Apesar de o azul e o vermelho serem as duas cores predominantes, na hora das apresentações no Bumbódromo, palco da festa, um festival de cores entra em cena. Figurantes se vestem com fantasias ornamentadas por artesãos locais com plumagens, juta, cipó e sementes nativas, que exaltam as belezas da Amazônia, e dançam coreografias embalados por músicas que contam lendas amazônicas, ritmadas pelo som de mais de 400 tambores.

Na arena folclórica, acompanhados de enormes e enfeitados carros alegóricos, desfilam diversas figuras saídas do imaginário caboclo, como o Gigante Juma, a Cobra Grande, o Boto, o Curupira e a Cunhã Poranga, que significa moça bonita na língua dos índios da região. É, de fato, um espetáculo caprichoso, de brilho garantido.

Diversas versões contam a história do Festival de Parintins, e a rivalidade entre os Bois Garantido e Caprichoso predomina até na hora de discutir que Boi foi criado primeiro. Apaixonados, os moradores da cidade contam para cada turista a sua versão para o “nascimento” de seu boi favorito.

O que mais me encanta no festival é ver o amor que o amazonense tem por essa tradição. O cuidado, carinho e dedicação que os moradores de Parintins têm na hora de preparar a festa. Essa preparação acontece durante todo o ano e na hora em que o Festival acontece, naqueles três dias, a satisfação se estampa nos rostos de cada um e a cabeça, com certeza, já está lá, pensando no Festival do ano que vem.

Tenho muito orgulho de ter crescido convivendo com essa cultura extremamente brasileira. E fico muito feliz em perceber que o brasileiro está cada vez mais próximo do Festival de Parintins. Temos mesmo que olhar mais para o que este país tem a nos oferecer culturalmente. Temos dimensões enormes, com povos muito diferentes em cada Região e temos muito o que aprender com a nossa própria cultura, que na verdade são muitas. Parintins é um dos brasis, de vários outros que vivem dentro de um Brasil imenso e cheio de manifestações culturais.

Foto: Eduardo Rodrigues