3 de agosto de 2008

Noruega será primeiro país a fazer doação ao Fundo Amazônia

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, informou que os primeiros recursos para a composição do Fundo Amazônia chegarão ainda em setembro próximo, com uma doação de US$ 100 milhões, que será feita pela Noruega. Segundo Minc, os próximos países a contribuirem com recursos serão a Alemanha e a Suíça, além de três empresas privadas nacionais, que deverão anunciar em breve investimentos para esse fundo.

Conforme projeções feitas pelo governo, a captação potencial de recursos nacionais e estrangeiros poderá ser superior ao equivalente a US$ 21 bilhões até 2021, dos quais o equivalente a US$ 1 bilhão ainda em 2008. Na avaliação de Carlos Minc, o Fundo Amazônia criará perspectivas para o desenvolvimento de atividades sustentáveis na Amazônia.

“O Fundo Amazônia abre a possibilidade para que as atividades sustentadas venham a ser financiadas, acontecerem, se desenvolverem, com a floresta sendo preservada”, disse o ministro.

Segundo o BNDES, o novo fundo será destinado a financiamentos não-reembolsáveis de ações, que possam contribuir para a prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento da floresta, além de promover a conservação e o uso sustentável das florestas no bioma amazônico. O objetivo de tal estratégia é reduzir as emissões de gases do efeito estufa para a atmosfera, decorrentes das áreas desmatadas na Amazônia brasileira.

O fundo também prevê a instituição de um Comitê Orientador, com representação de órgãos do Governo Federal, dos governos dos estados da Amazônia Legal, que possuam planos estaduais de prevenção e combate ao desmatamento ilegal, e de representantes da sociedade civil, nomeados pelo presidente do BNDES.

Pelas regras do Fundo Amazônia, 20% dos recursos do fundo poderão ser utilizados em biomas nacionais fora da Amazônia ou biomas tropicais de outros países, que tenham reflexos direto na floresta brasileira.

Fonte: Nielmar de Oliveira / Agência Brasil - Foto: Elza Fiúza/ABr


Bancos só vão financiar empreendimentos que forem sustentáveis, diz Minc


Os bancos privados brasileiros assinarão em setembro acordo em que se comprometem a fazer operações de crédito apenas com empreendimentos sustentáveis, disse nesta sexta-feira o Ministro Carlos Minc (Meio Ambiente). O acordo será similar ao assinado nesta tarde entre o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o Banco da Amazônia, o Banco do Nordeste e a CEF (Caixa Econômica Federal).

"Só vai ter crédito no Brasil quem tiver uma atividade que não polua o clima", disse Minc, em cerimônia de criação do Fundo da Amazônia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede do BNDES, no Rio, nesta sexta-feira.

Minc classificou a concessão de crédito como o "oxigênio" da preservação da Amazônia e disse que o instrumento "é mais poderosa que mil fuzis" no combate ao desmatamento. "Mais eficiente que botar 5 mil policiais federais ou agentes do Ibama é organizar as cadeias produtivas, dar sustentabilidade às cadeias da soja, da carne, da madeira, e dar o oxigênio disso tudo, que é o crédito. Esse é o instrumento poderosíssimo de defesa dos biomas, da biodiversidade".

Pelo protocolo assinado nesta tarde, os bancos públicos passarão a exigir, como requisito para financiamentos, que os empreendimentos tenham características de preservar o meio ambiente ou estimular projetos sustentáveis, de acordo com Minc. Em setembro, os bancos privados repetirão o gesto.

"A Febraban [Federação Brasileira dos Bancos] já enviou carta apoiando", afirmou o ministro, que elogiou os investimentos do governo Lula na pasta do Meio Ambiente. Lula, em discurso, defendeu a soberania do Brasil sobre a Amazônia. "É uma grande vantagem comparativa para a disputa global que o Brasil faz todos os dias, se nós tivermos com o cartão postal, como cartão de visita, as coisas boas que a natureza nos deu. Destruí-las será um instrumento contra o nosso país e nossos produtos".

Fonte: Luisa Belchior / Folha Online