18 de setembro de 2008

Candidatos ignoram plataforma ambiental

A Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara dos Deputados e a organização não-governamental SOS Mata Atlântica apresentaram, ontem, em Manaus, a Plataforma Ambiental para os Municípios, no auditório ' Vânia Pimentel', das Faculdades UniNilton Lins. A proposta é uma agenda socioambiental voltada principalmente para o meio ambiente urbano dos municípios da Amazônia, destinadas aos candidatos a prefeito e a vereadores, para que apliquem durante seus mandatos, caso sejam eleitos.

"São sugestões para que os candidatos atentem para o meio ambiente da cidade, como por exemplo, a problemática do saneamento básico e dos resíduos sólidos e do parcelamento do solo", enumerou a deputada federal Rebecca Garcia (PP). A parlamentar que é coordenadora do Grupo de Políticas Urbanas da Frente Parlamentar Ambientalista, organizou o evento.

Rebecca Garcia, afirmou que todos os candidatos a prefeito e a vereador de Manaus foram convidados. Mas, apenas o deputado estadual Luiz Castro (PPS), candidato à vice-prefeito na chapa do deputado federal Francisco Praciano (PT), marcou presença. "Infelizmente, por isso que queremos alcançar a população e ela cobre do candidato o compromisso com a plataforma ambiental. Não adianta trabalhar sem a sociedade", defendeu a parlamentar.

O presidente da SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, disse que a proposta da Plataforma Ambiental para os municípios é fazer com que a população feche um contrato social com o candidato. "Dizer para o candidato que vai fazer a coleta seletiva na sua casa, mas que vai querer que tenha um serviço em todo o bairro. E se o cara vir pedir o seu voto, questioná-lo sobre o que vai fazer pelo esgoto da sua rua", disse.

De acordo com Mantovani, por muito tempo a o meio ambiente sempre ficou muito concentrado no eixo federal do País, e que esse cenário vem mudando com o tempo, mas ainda de forma muita lenta. "Algo que ficou muito na questão federal, com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)", disse. Citou o município de Manaus como uma das poucas cidades brasileiras que tem uma Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

"Queremos que o cidadão cobre do vereador para trabalhar com o meio ambiente, porque não existe saúde sem meio ambiente preservado. Tem aqueles querem salvar o mundo, mas não salva o seu bairro. A mudança tem que começar na sua rua, no seu quintal, no seu bairro", disse o presidente do SOS Mata Atlântica, ONG com sede no Rio de Janeiro (RJ).

A secretária municipal do Meio Ambiente, Luciana Valente, disse que Manaus não tinha nenhuma política de gestão, mas que agora começa a formatá-la. Segundo ela, em 2005 a cidade tinha apenas cinco unidades de conservação municipal, equivalente a 12 mil hectares de área preservada. "Hoje são 12 com a 13ª terceira sendo concretizada, o que vai garantir 35 mil hectares de área verde preservada", afirmou.

Outro ganho para Manaus na área ambiental foi à criação do Corredor Ecológico, na Bacia do Mindú. Mantovani disse que Manaus implantou o primeiro corredor ecológico do Brasil.

Fonte: Emerson Quaresma / A Crítica