11 de fevereiro de 2009

Lula recebe carta de cobranças

Uma carta de reivindicações com oito demandas de 50 prefeitos do Amazonas, tiradas da reunião com a bancada federal de deputados e senadores do Estado, foi entregue ontem pelo senador João Pedro (PT) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura do Encontro Nacional com os Prefeitos. Entre os pedidos estão: o descontingenciamento imediato de cerca de R$ 550 milhões do orçamento da Suframa para socorrer os municípios nesse tempo de crise econômica; o refinanciamento das dívidas com o INSS com taxas de juros mais baixas; a liberação dos aeroportos do interior ameaçados de interdição e a implantação mais ágil do programa "Luz para Todos".

O documento também pede mais investimentos no sistema de saúde, reclamada por quase a totalidade dos prefeitos; e a implantação da telemedicina, pois, apenas 10% dos municípios foram até agora contemplados. Solicita ainda a aquisição de barcos para o transporte escolar e a universalização da telefonia móvel (celular) em todo o interior, visto que apenas 57% das cidades dispõem do serviço.

"A intenção desse documento é mostrar ao presidente da República que os novos prefeitos amazonenses estão preocupados com a situação em seus municípios e pedir que o Governo Federal, em conjunto com o Governo do Estado e as Prefeituras agilizem a solução para esses problemas", explicou o subcoordenador da bancada, senador João Pedro.

Pelo menos duas dessas reivindicações já têm encaminhamento para uma solução. A primeira é o parcelamento da dívida com o INSS anunciada oficialmente pelo presidente Lula na abertura do Encontro. As dívidas de até R$ 14 bilhões poderão ser pagas em 240 meses ou 20 anos. A outra medida tem a ver com a telefonia celular. De acordo com o presidente da Associação Amazonense de Municípios (AAM), José Thomé Filho, em audiência com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, foi anunciada a implantação da telefonia móvel nos 62 municípios amazonenses em até 18 meses.

Os prefeitos presentes à reunião da bancada, com duração de quase três horas, mesmo sem fazer críticas diretas ao governador Eduardo Braga (Governo do Estado) e Governo Federal fizeram muitas queixas da situação quase que de calamidade de seus municípios nas áreas da saúde (falta de médicos e hospitais), educação (transporte escolar), energia, estradas vicinais, agricultura. Com exceção do deputado Francisco Praciano (PT) nenhum outro membro da bancada fez críticas aos Governos.

Fonte: A Crítica