“Quando escrita em chinês, a palavra crise compõe-se de dois caracteres: um representa perigo e o outro representa oportunidade.” A frase, do ex-presidente norte-americano John Kennedy, ilustra o momento atual no mundo. Os agentes da crise, sejam governamentais ou privados, têm diante de si as alternativas de se acovardar e enterrar a cabeça na areia, como os avestruzes diante de qualquer perigo, ou fazer como Henry Ford, após a crise de 1929, criando a primeira montadora de automóveis multinacional e a linha de montagem, que revolucionou a indústria mundial.
Ford investiu em publicidade. Insistiu tanto que criou o consumismo – o mundo não precisa de tantos carros, a maioria dos quais ocupados individualmente, para ir e vir, mas é comum famílias abastadas terem um carro para cada membro. E aí você pode pensar nos desdobramentos na indústria da moda, na gastronomia etc. etc. etc.
Falei sobre a crise atual com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, esta semana, durante sabatina na Câmara Federal. Indaguei sobre o que o Governo Federal poderia fazer em favor das indústrias instaladas na Zona Franca de Manaus, para evitar o descalabro nos empregos hoje verificado, com mais de 26 mil postos de trabalho perdidos. Senti enorme boa vontade da parte dele. Disse-me, inclusive, que o pior da crise para o Brasil já passou e que, somadas, as medidas tomadas pelos Governos do Amazonas e Federal atacam o problema de forma frontal nas indústrias de Manaus.
Lutaremos muito para resolver também as questões pontuais. É o caso do Pólo Químico, com suas 40 indústrias, a maioria das quais ameaçando fechar as portas, sob o roldão da crise. Responsável pela reciclagem de diversos produtos, o setor sofre pela absoluta falta de incentivos e vem demitindo em massa, desde dezembro.
Os industriais do Pólo Químico querem incentivo do Estado, referente ao ICMS, nas contas de energia elétrica. Reivindicam, no âmbito federal, isenção ou redução do Imposto de Renda e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), paga mensalmente pelo faturamento, além da redução de Pis/Cofins, nas vendas fora do Estado, e facilitação para financiamento de capital de giro, com juros reduzido. Tudo isso, os outros segmentos já conseguiram.
É claro que os políticos, sejam municipais, estaduais ou federais, precisam estar atentos aos movimentos da política nacional e dos incentivos oferecidos. As vantagens comparativas do Pólo Industrial de Manaus são frágeis, quando confrontadas com os diferenciais logísticos do Sul, Sudeste e Nordeste brasileiros. O Brasil ainda não entende com perfeição a importância que esse parque fabril tem para a manutenção da Floresta Amazônica. A mesma Alemanha, berço dos “verdes”, que boicota a madeira não certificada proveniente desta região do Planeta, cobra alto pelos royalties, por exemplo, da fabricação de TVs de LCD. O mesmo se aplica à finlandesa Nokia ou às indústrias asiáticas. Poucas, como a Honda, criam raízes a ponto de fincar no Amazonas perto dos 100% de suas partes e peças.
A crise é perigo e oportunidade. Tomando o segundo aspecto, o Pólo Industrial de Manaus pode sair fortalecido do momento atual.
Ford investiu em publicidade. Insistiu tanto que criou o consumismo – o mundo não precisa de tantos carros, a maioria dos quais ocupados individualmente, para ir e vir, mas é comum famílias abastadas terem um carro para cada membro. E aí você pode pensar nos desdobramentos na indústria da moda, na gastronomia etc. etc. etc.
Falei sobre a crise atual com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, esta semana, durante sabatina na Câmara Federal. Indaguei sobre o que o Governo Federal poderia fazer em favor das indústrias instaladas na Zona Franca de Manaus, para evitar o descalabro nos empregos hoje verificado, com mais de 26 mil postos de trabalho perdidos. Senti enorme boa vontade da parte dele. Disse-me, inclusive, que o pior da crise para o Brasil já passou e que, somadas, as medidas tomadas pelos Governos do Amazonas e Federal atacam o problema de forma frontal nas indústrias de Manaus.
Lutaremos muito para resolver também as questões pontuais. É o caso do Pólo Químico, com suas 40 indústrias, a maioria das quais ameaçando fechar as portas, sob o roldão da crise. Responsável pela reciclagem de diversos produtos, o setor sofre pela absoluta falta de incentivos e vem demitindo em massa, desde dezembro.
Os industriais do Pólo Químico querem incentivo do Estado, referente ao ICMS, nas contas de energia elétrica. Reivindicam, no âmbito federal, isenção ou redução do Imposto de Renda e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), paga mensalmente pelo faturamento, além da redução de Pis/Cofins, nas vendas fora do Estado, e facilitação para financiamento de capital de giro, com juros reduzido. Tudo isso, os outros segmentos já conseguiram.
É claro que os políticos, sejam municipais, estaduais ou federais, precisam estar atentos aos movimentos da política nacional e dos incentivos oferecidos. As vantagens comparativas do Pólo Industrial de Manaus são frágeis, quando confrontadas com os diferenciais logísticos do Sul, Sudeste e Nordeste brasileiros. O Brasil ainda não entende com perfeição a importância que esse parque fabril tem para a manutenção da Floresta Amazônica. A mesma Alemanha, berço dos “verdes”, que boicota a madeira não certificada proveniente desta região do Planeta, cobra alto pelos royalties, por exemplo, da fabricação de TVs de LCD. O mesmo se aplica à finlandesa Nokia ou às indústrias asiáticas. Poucas, como a Honda, criam raízes a ponto de fincar no Amazonas perto dos 100% de suas partes e peças.
A crise é perigo e oportunidade. Tomando o segundo aspecto, o Pólo Industrial de Manaus pode sair fortalecido do momento atual.
Rebecca Garcia
Artigo publicado no jornal Diário do Amazonas