O nível do rio Negro atingiu, ontem, a marca de 29,69 metros, a mesma registrada no ano de 1953, quando ocorreu a maior enchente dos últimos 107 anos em Manaus. Com isso, pode-se dizer que a cheia vivenciada na capital amazonense em 2009 é a maior deste período, quando teve início a contagem do nível das águas.
De acordo com a Defesa Civil do município, 11 bairros estão alagados, a maioria na Zona Sul - como Betânia, Glória e São Raimundo - e mais de 18 mil famílias foram prejudicadas. Importantes pontos turísticos de Manaus estão alagados, como o Relógio Municipal, a praia da Ponta Negra e a feira da Manaus Moderna. Na terça-feira, 23, a avenida Eduardo Ribeiro, uma das principais da capital, teve seu trecho inferior interditada para circulação de carros por conta da subida do nível das águas. De terça para quarta, o Negro subiu dois centímetros.
Segundo o superintendente do órgão, Marco Antônio Oliveira, o rio Solimões continua a “represar” as águas do Negro, impedindo que ele escoe normalmente. Por isso, as águas do Negro estão tão altas. “Enquanto esta situação perdurar, o rio Negro vai continuar subindo e trazendo prejuízos”, disse.
O especialista afirmou que apesar da tendência de subida, a cheia encontra-se em sua fase final, e as águas do Negro devem se estabilizar e começar a descer nos próximos dias.
Hoje, uma equipe de três técnicos do CPRM realiza novas medições no Tupé para atualizar os dados da velocidade de escoamento das águas do rio. Além disso, o grupo também viaja por cidades próximas de Manaus, como Manacapuru, para obter informações sobre comportamento das águas dos rios nas estações de medição mais próximas.
Marco Antônio disse que o nível das águas continuará alto por todo o mês de julho, o que constitui risco para as populações que moram às margens de rios e igarapés e problemas para a Defesa Civil. Segundo o especialista, a tendência é de que o Negro reduza o nível das águas para menos de 29 metros, a chamada “cota de emergência”, apenas depois do dia 20 de julho.