Estou encaminhando, ao governador Eduardo Braga, a sugestão de que se reformule o Batalhão de Polícia Ambiental do Amazonas, hoje subordinado à Polícia Militar, para que este se transforme num Batalhão Ambiental, com nome menor e atuação maior, transversal, englobando atividades de diversas secretarias estaduais.
Minha sugestão é que seja mantido o poder de polícia, uma vez que os serviços prestados à causa ambiental nesse sentido são evidentes, mas que se amplie o trabalho de campo para atividades mais complexas. Destaco o necessário combate às queimadas, na capital e no interior, no sentido não apenas da mobilização, nos moldes de um Corpo de Bombeiros, como também o trabalho educativo junto aos agricultores tradicionais, buscando reverter a cultura da queimada de roçados e oferecer alternativas técnicas para o cultivo da terra.
Não se trata apenas de batalhões plantados nas sedes municipais e prontos para atender às emergências, seja queimada ou outra agressão qualquer ao patrimônio ambiental. Isso também é preciso fazer, porém, o principal papel que imagino é mesmo o de conscientizar a população interiorana, rural, quanto ao dano causado pelas queimadas.
O Batalhão Ambiental que preconizo teria que possuir noções de agronomia e oferecer ao caboclo a alternativa técnica capaz de substituir com vantagem a queimada, adequando-se ao tipo de solo e características climáticas de nossa região. Ninguém deixará de preparar a terra do jeito tradicional, ainda que danoso ao ambiente, se a plantação não vicejar com o novo método.
Criar uma estrutura como essa envolve, portanto, o trabalho dos cientistas da Embrapa e do Inpa, antes de mais nada. Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Secretaria do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (SDS), Secretaria de Produção Rural (Sepror), Secretaria de Política Fundiária (SPF) e Instituto de Terras do Amazonas (Iteam) teriam que deslocar funcionários para essa missão.
É um desafio à altura da organização administrativa que a gestão estadual vem demonstrando. Espero que dê certo. É minha contribuição para limpar nosso ar e retirar o Amazonas da lista de Estados que fazem da Floresta Amazônica uma emissora de gás carbônico.
Rebecca Garcia