21 de dezembro de 2009

O resultado da COP-15

Retorno da 15ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP 15), promovida pela ONU, em Copenhague com sensações contraditórias. De um lado, o fracasso em se obter compromissos globais para reduzir a emissão dos gases do efeito estufa na atmosfera e recursos para o financiamento desse processo; de outro, o contato próximo com as principais organizações ambientais do Planeta e a abertura de novos espaços para manifestar a opinião amazônica e amazonense nesse meio.

Foi uma semana intensa, em meio a representantes governamentais de 191 países e milhares de entidades representativas do que há de mais atuante na militância ambiental. Discutia-se no Bella Center, centro oficial do encontro, nas ruas e em tendas dispostas para este fim.
Subsiste enorme sede de informações sobre a Amazônia e o Amazonas, embora estejamos sendo estudados, rondados, perscrutados, pelo mundo inteiro. Isso é um produto. Atender a essa demanda pode representar a atração de encontros internacionais para Manaus e o interior, ao mesmo tempo colocando o Amazonas no mapa das discussões e incentivando o turismo.

Imaginemos um grande encontro de ONGs e governos em um dos nossos Municípios, onde haja fartura de peixe, programado com dois anos de antecedência. Seria tempo suficiente para criar infraestrutura, com construções que depois serviriam à cidade – poderiam virar escola, posto médico, hospital etc., evitando que se tornassem elefante branco –, e para destinar lagos à pesca esportiva. Dois anos de preservação, como mostram diversas experiências, é tempo suficiente para recuperar cardumes.

Um evento assim nos colocaria, em definitivo, no roteiro turístico e ambiental do Planeta, coroando o esforço que vem sendo feito pelo governador Eduardo Braga.

Lamento que não tenha havido o acordo ideal. Os EUA, que só no primeiro ano da Guerra do Iraque gastaram nela US$ 51 bilhões, não parecem dispostos a gastar mais que US$ 100 bilhões com a redução do aquecimento global. Brasil, Rússia, Índia e China, os países do BRIC, não conseguiram construir posição única para pressionar o mundo desenvolvido.

O fundo criado é pífio e não tem governança. É o fim? Não. Acredito na capacidade do ser humano de construir ordem nesse caos. Vamos continuar lutando.


Rebecca Garcia
Artigo publicado no jornal Diário do Amazonas