Manaus assiste ao início de uma corrida de inaugurações – passagem subterrânea da Paraíba/Darcy Vargas; viaduto do Coroado; avenida das Torres; complemento da duplicação da avenida Brasil; novas áreas do Prosamim; metade da ponte sobre o rio Negro etc. São obras grandiosas que demonstram o quanto é possível fazer pelo futuro de Manaus.
Não me conformo com a situação do Centro. À beira do abandono, a área mais nobre da cidade está se depauperando, aceitando o entulhamento por bancas nas calçadas. A Prefeitura começou a agir, tentando organizar os ambulantes, mas é preciso fazer mais.
Nossa cidade, historicamente, sofre com as ruas que não terminam, a começar pela mais visível de todas, a Eduardo Ribeiro, trombando com a Praça do Congresso e o Instituto de Educação do Amazonas (IEA). Agora, com todas essas obras sendo concluídas, ninguém mais duvida que é possível fazer ruas como a Djalma Batista prosseguirem até o fim. A quantos viadutos ou passagens de níveis a desapropriação de algumas casas, para desobstruir o caminho, equivaleria?
Por outro lado, não podemos ceder à tentação de criar uma cidade apenas para carros. E os pedestres? Sonho com a possibilidade de vias para caminhada com proteção contra o tráfego – uma calçada mais alta, o meio-fio, uma nesga de terra gramada e arborizada ou mesmo pequenos e charmosos mourões resistentes a impacto -, a fim de dificultar que carros desgovernados, infelizmente comuns, matem as pessoas.
Manaus também não pode mais viver sem arborização. Nem tem tempo para esperar que cresça a plantação de mudas. Estas, só têm servido para engordar estatísticas. A cidade dispõe do instrumento jurídico da "compensação ambiental", contra aqueles que cometem crimes contra o meio ambiente. Por quê não começar a cobrar que, no lugar de tantas mil mudas de plantas, ofereçam árvores prontas, adultas, colocadas em algum canteiro central? Do dia para a noite a cidade floresceria, literalmente.
Falei em flores? Não poderia deixar de falar nelas. Mas quero fazê-lo com mais calma e espaço, até porque o Amazonas é hoje um mercado exportador delas.
Nossa cidade precisa de amor e carinho. Volto ao tema.
Rebecca Garcia