5 de setembro de 2007
quarta-feira, setembro 05, 2007
MEIO AMBIENTE - Amazônia será debatida por jovens
Um acampamento, que está sob a coordenação da Rede Nacional de Organizações, Grupos e Movimentos de Juventude (Renano), será montado durante os seis dias do evento, no camping do Albergue da Juventude de Brasília. No local, serão desenvolvidas atividades culturais, como sarau cultural das florestas, rodas de diálogos, oficinas livres, círculos de histórias, além da montagem de uma rádio juventudes das florestas.
A expectativa da organização é de reunir cerca de 1,5 mil jovens de diferentes movimentos sociais. Outra ação promovida durante o encontro será a conferência livre da juventude, que terá a participação de 50 jovens, com idade entre 15 e 25 anos, indicados por organizações não-governamentais ligadas ou não à Aliança dos Povos das Florestas, que é composta pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), pelo Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) e pelo Grupo de Trabalho Amazônico (GTA).
A iniciativa conta com a parceria do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Representantes Simeão Messias Filho vai representar os jovens da comunidade indígena de Malacacheta, do povo de Waapixana, que fica na região da Serra da Lua, entre os municípios de Bonfim e Cantã, em Roraima. Segundo ele, na sua comunidade, onde vivem cerca de 800 pessoas, muitos jovens não estudam e já estão, por exemplo, em contato com bebidas alcoólicas. "Mesmo diante de todos os problemas que enfrentamos, consegui completar o ensino médio e sonho em formar em agronomia ou zootecnia", revela Messias. Ele diz que começou a ajudar o pai na lavoura aos 10 anos. Aos 16, passou a competir com os adultos da comunidade. "Já me sentia como os maiores”, diz o jovem, que, assim como outros índios de sua comunidade, também vivenciou os rituais de passagem à idade adulta.
O índio Géssimo Pereira Figueiredo, da comunidade de Marworno Galibi, do município de Oiapoque, no norte do Amapá, também vai participar do encontro. Ele estudou em uma escola bilíngüe, que trabalha para preservar a língua de origem e as histórias dos antepassados. “Nossa língua, a Paligu, teve influência e se perdeu no tempo, mas graças às aulas oferecidas nas comunidades, podemos preservá-la”, disse Pereira, que foi indicado pela Associação Indígena de Oiapoque para participar do encontro.
Fonte : Agência Norte Online