12 de setembro de 2007

POLÍTICA - Ministro Stephanes comenta declarações





Nesta quarta-feira, (12), o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, falou à Comissão da Amazônia sobre declaração dada sobre o empedimento de produção de cana-de-açúcar na região amazônica. "Quando declarei na imprensa que o País não permitiria o cultivo de cana-de-açúcar na Amazônia, a idéia era mostrar que nenhuma árvore seria derrubada para plantar cana e que o País não seria transformado em um imenso canavial, comentou o ministro.

Stephanes disse compreender, no entanto, reações negativas de parlamentares a essa declaração e afirmou ser legítimo que os estados queiram participar das definições sobre o plantio de cana no País. Segundo ele, porém, neste momento, o governo ainda faz um mapeamento das áreas que poderão ser destinadas ao cultivo. O ministro informou também que encaminhará à Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional, que promove audiência sobre o assunto, um plano de desenvolvimento auto-sustentável da agricultura na região. Ele disse que o plano foi feito com a participação dos estados e está sendo debatido pelo governo. Ressaltou ainda que a alta dos preços da soja no mercado externo inviabilizou a produção do combustível a partir da oleaginosa. Exemplificou dizendo que um hectare de cana-de-açúcar permite produzir 12 mil litros de álcool, enquanto o rendimento do biodiesel na mesma área é muito inferior. No caso da mamona, o rendimento é de mil litros por hectare e, o dendê, que é a matéria-prima mais viável para a produção de biodiesel, tem rendimento de até 6 mil litros por hectare. O problema dessa matéria-prima, segundo o ministro, é que ela só se adapta em algumas regiões do País, principalmente na Amazônia. Na Bahia, as plantas de dendê têm acidez acima do desejado para a produção de biodiesel. Citou como outra planta "promissora" o pinhão manso. Ele disse que há 12 variedades de pinhão manso no Brasil, mas que elas não são "domesticadas", por isso a produção em escala comercial depende de pesquisas que podem levar de cinco a dez anos.