Apresentei na quarta-feira, (12.09), discurso sobre o lançamento do Bolsa-floresta no Amazonas. Considero de extrema importância esta ação governamental na transformação da realidade social da população de meu Estado. Entretanto, creio ser oportuno observar fatos e contraposições existentes neste projeto. Em matéria do jornal "A Crítica", é mostrada a necessidade de deslocamento de famílias para o recebimento do benefício, uma situação que precisa ser melhorada, trabalhada.
Discurso
Discurso
"Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Hoje, 12 de setembro de 2007, comemoramos uma data importante para a população que vive nas 33 unidades de conservacao do Estado do Amazonas. Uma área correspondente a 17 milhões de hectares de florestas. Nesta quarta-feira 100 famílias residentes na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de São Sebastião do Uatumã, receberam a recompensa financeira de R$ 50,00, para cada uma delas. E a meta do governo é atender 60 mil famílias até 2010. Muito se fala em preservação do meio ambiente em nosso país. Entretanto, poucas iniciativas governamentais são realizadas. E o Governo do Amazonas ao implementar o programa bolsa-floresta, inicia um novo modelo de gestão sócio-econômica. Esta contribuição com certeza fará a diferença para estas famílias beneficiadas, uma vez que toda esta extensão de nossa floresta continuará preservada. Ações como a do governador Eduardo Braga coloca a questão do meio ambiente efetivamente na pauta das políticas públicas. E os olhos do mundo estão voltados ao Amazonas e para as alterações climáticas. O resultado é não somente um ganho financeiro às populações que vivem nestas unidades de conservação, mas também uma abertura das portas para uma economia que prioriza a conservação ambiental. Muito obrigada."
Matéria do jornal "A Crítica":
"Apesar de ser uma iniciativa inédita do Governo do Estado, para beneficiar os moradores de Unidades de Conservação Estaduais (UCEs), o programa Bolsa Floresta não cobre as despesas que muitos ribeirinhos terão somente para recebê-lo, mensalmente, nas mais longínquas comunidades.
Ontem, 67 famílias da comunidade Deus me Ajude (também conhecida como Boto), na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, no município de São Sebastião do Uatumã (a 245 quilômetros de Manaus), receberam pela primeira vez o benefício mensal de R$ 50 como recompensa financeira do Estado para aqueles que são considerados os "verdadeiros guardiões da floresta".
Primeira a receber o Bolsa Floresta, a agricultora Joana de Jesus Ramos, 40, disse que ele vinha em boa hora, mas que era insuficiente para ela, o marido e mais seis filhos. Moradora da comunidade do Cesaréia, ela vai demorar uma hora e 30 minutos para chegar ao município de Itapiranga (a 222km de Manaus) e gastar aproximadamente os mesmos R$ 50 somente para comprar o diesel para o seu barco de 13 hps. "Ser a primeira beneficiada me deixou muito feliz, e sou grata por isso, mas o Bolsa Floresta poderia ter vindo antes. Para receber o benefício em Itapiranga, vou gastar cerca de R$ 50 de diesel", conta ela.
Ainda aguardando para serem incluídos no programa, Aldenira Gomes, 38, e seu irmão Cosmo Gomes, 47, da comunidade do Arara, no rio Jatapu, disseram que, para se deslocar a São Sebastião do Uatumã para receber o benefício, também vão gastar cerca de R$ 42 de diesel e mais R$ 14 para lubrificante, totalizando R$ 56, no barco de 5hps. Se usarem outro, de 25hps, o valor sobe para R$ 84.
Os recursos do Bolsa Floresta vem do Fundo Estadual de Mudanças Climáticas, criado no último dia 5 de junho a partir da Lei de Mudanças Climáticas do Amazonas. Segundo Eduardo Braga, o fundo conta hoje com cerca de R$ 20 milhões, montante aplicado pelo Governo e reajustado mensalmente. Segundo ele, o aumento do valor da bolsa depende do crescimento do Fundo Estadual.
Os primeiros beneficiários serão os moradores das Unidades de Conservação do Estado, e quem recebe preferencialmente a bolsa de R$ 50 é a mulher em nome da sua família (exceto no caso de viúvos). Em outra modalidade, o Bolsa Floresta Associação, será pago anualmente 10% do valor anual recebido por todas as famílias das unidades de conservação.
Até o final deste ano, o programa deve beneficiar cerca de 2.080 famílias de 179 comunidades das RDSs do Uacari, Mamirauá, Cujubim, e Piagaçu - Purus, e da reserva extrativista (Resex) do Catuá-Ipixuna, totalizando recursos de aproximadamente R$ 2,3 milhões."
Ontem, 67 famílias da comunidade Deus me Ajude (também conhecida como Boto), na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, no município de São Sebastião do Uatumã (a 245 quilômetros de Manaus), receberam pela primeira vez o benefício mensal de R$ 50 como recompensa financeira do Estado para aqueles que são considerados os "verdadeiros guardiões da floresta".
Primeira a receber o Bolsa Floresta, a agricultora Joana de Jesus Ramos, 40, disse que ele vinha em boa hora, mas que era insuficiente para ela, o marido e mais seis filhos. Moradora da comunidade do Cesaréia, ela vai demorar uma hora e 30 minutos para chegar ao município de Itapiranga (a 222km de Manaus) e gastar aproximadamente os mesmos R$ 50 somente para comprar o diesel para o seu barco de 13 hps. "Ser a primeira beneficiada me deixou muito feliz, e sou grata por isso, mas o Bolsa Floresta poderia ter vindo antes. Para receber o benefício em Itapiranga, vou gastar cerca de R$ 50 de diesel", conta ela.
Ainda aguardando para serem incluídos no programa, Aldenira Gomes, 38, e seu irmão Cosmo Gomes, 47, da comunidade do Arara, no rio Jatapu, disseram que, para se deslocar a São Sebastião do Uatumã para receber o benefício, também vão gastar cerca de R$ 42 de diesel e mais R$ 14 para lubrificante, totalizando R$ 56, no barco de 5hps. Se usarem outro, de 25hps, o valor sobe para R$ 84.
Os recursos do Bolsa Floresta vem do Fundo Estadual de Mudanças Climáticas, criado no último dia 5 de junho a partir da Lei de Mudanças Climáticas do Amazonas. Segundo Eduardo Braga, o fundo conta hoje com cerca de R$ 20 milhões, montante aplicado pelo Governo e reajustado mensalmente. Segundo ele, o aumento do valor da bolsa depende do crescimento do Fundo Estadual.
Os primeiros beneficiários serão os moradores das Unidades de Conservação do Estado, e quem recebe preferencialmente a bolsa de R$ 50 é a mulher em nome da sua família (exceto no caso de viúvos). Em outra modalidade, o Bolsa Floresta Associação, será pago anualmente 10% do valor anual recebido por todas as famílias das unidades de conservação.
Até o final deste ano, o programa deve beneficiar cerca de 2.080 famílias de 179 comunidades das RDSs do Uacari, Mamirauá, Cujubim, e Piagaçu - Purus, e da reserva extrativista (Resex) do Catuá-Ipixuna, totalizando recursos de aproximadamente R$ 2,3 milhões."