Tratar de cinema e de uma Amazônia ‘escondida’. Esses são os dois grandes objetivos da 2ª Mostra Amazônica de Filme Etnográfico, que vai começar na sexta-feira, 26, no Teatro Gebes Medeiros (Centro Cultural Ideal Clube), a partir das 19 horas. Durante os seus dias do evento, que vai até 1º de novembro, vão ser feitas exibições de filmes, palestras e homenagens, além da apresentação dos projetos que vão competir na mostra competitiva, que este ano reúne 15 documentários, escolhidos entre 40 inscritos nas categorias de longa, média e curta-metragem.
O evento é uma realização do Núcleo de Antropologia Visual da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e do Centro Universitário do Norte (Uninorte) e conta com o apoio do Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura, Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Petrobras, Copa Airlines, ISA/SESC Amazonas e Coordenação das Organizações Indigenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
A mostra competitiva da 2ª Mostra Amazônica de Filme Etnográfico vai trazer 15 produções de diferentes localidades como São Paulo, Pará, Rio de Janeiro, Roraima, Amapá, Pernambuco, Amazonas, além do Peru e Colômbia. Todos os documentários serão julgados por um júri formado pelo escritor Márcio Souza, pela antropóloga e professora da Ufam Márcia Calderipe, pelo cineasta peruano e vencedor da 1ª Mostra em 2006 com o filme ‘Buscando o Azul’, Fernando Valdívia, pelo professor do Departamento de Cinema da Unicamp Marcius Freire e pelo cineasta e presidente da Associação Brasileira de Documentarias (ABD) de Rondônia, Beto Bertagna. O vencedor será premiado com o troféu Muiraquitã, em três diferentes categorias: curta, média e longa-metragem.
Os homenageados desta edição do evento serão dois projetos de vídeo. O primeiro chama-se ‘Vídeo nas Aldeias’, realizado em Pernambuco, com coordenação de Vincent Carelli e Mari Corrêa. Desde 1987, o projeto trabalha com a capacitação, introdução e intercâmbio de tecnologias com a população indígena do local. Já o segundo serão os projetos de vídeo do padre Casimiro Bekstá, que dedicou sua vida a estudar e registrar imagens de ritos e do cotidiano de povos indígenas diversos.
Outros destaques são os cursos e oficinas, que tem como temas ‘O Uso da Fotografia na Pesquisa de Campo’, que será ministrado pelo fotógrafo, cineasta e psicanalista José Inácio Parente (RJ), e ‘Antropologia Visual’, com o professor da Universidade de Pernambuco Renato Athias. Três fóruns de debates também ocorrem nesta edição do evento, no Teatro Gebes Medeiros, e abordarão as seguintes temáticas: ‘A Experiência do Projeto de Vídeo nas Aldeias’, com Vincent Carelli, Mari Corrêa e o professor da Ufam, Carlos Dias Jr; ‘Olhares Indígenas’, com os cineastas indígenas, Isaac Pinhanta, Takuma Kuikuro, André Baniwa e Zezinho Yube; e por fim ‘Imagem e Memória’, com o professor e técnico do Iphan, André Bazzanella, Beto Bertagna, presidente da ADB (RO), e Alfredo Wagner de Almeida, professor da Ufam.
Ainda será lançado, na sessão de abertura, no dia 26 de outubro, no Teatro Gebes Medeiros, o primeiro DVD da coleção ‘Cineastas Indígenas’, realizado pelo Coletivo Kuikuro de Cinema e produzido pelo projeto Vídeo nas Aldeias, e também o novo livro de Márcio Souza, intitulado ‘Silvino Santos – O Cineasta da Borracha’.
A Mostra também vai contar com as exposições ‘Três Olhares, uma Amazonia’, dos fotógrafos Jimmy Christian, Fernanda Preto e Erlan Moraes; e os desenhos de ‘O Mito Tukano da Criação Segundo Gabriel Gentil’, da curadoria da professora Graça Barreto.
2ª Mostra Amazônica de Filme Etnográfico.
Programação da Mostra Competitiva:
“A Descoberta da Amazonia pelos Turcos Encantados” (PA), de Luiz Arnaldo Campos;
“A Incrível História de Coti, o Rambo de São Jorge” (AM), de Anderson Mendes;
“A Saga do Piabeiro” (AM), José Guedes;
“Alô, alô Amazonia” (AP), Gavin Andrews;
“Apapaatai” (SP), de Aristóteles Barcelos Neto;
“Cacataibo – Contacto com el Origen’ (Peru), de Marco Antônio Alvarado Garazatua;
“Deus é Ele” (SP), de Eduardo Duwe;
“From the Inside Out” (Colômbia/Holanda), de Jan Willem Meurkens;
“Marankiari – Tierra de Culebras” (Peru), Salomón Senepo;
“Nas Terras do Bem-Virá” (SP), de Alexandre Rampazzo;
“Nômades Urbanos” (AM), de Aristeu Santos, Adson Queiroz e Viviane Tavares;
“Panela Macuxi” (RR), de Andrezza Mariot e Luiza Maura;
“Pirinop – Meu Primeiro Contato” (PE), de Mari Corrêa e Karané Ikpeng;
“Roça Crua – As Roças Orgânicas das Quebradeiras de Coco do Maranhão” (RJ), de May Waddington;
“Sete Palmos de Terra e Um Caixão” (AM), de Ízis Negreiros e Carlos Garcia.
Local: Teatro Gebes Medeiros (Centro Cultural Ideal Clube), Av. Eduardo Ribeiro, 937, Centro (mostra competitiva, palestras, fóruns, homenagens e exposições).
Data: de 26 de outubro a 1° de novembro.
Outras informações: http://www.mostraetnografica.ufam.edu.br/
Entrada gratuita.