Representantes do agronegócio e de ONGs de defesa do meio ambiente assinaram nesta terça-feira a prorrogação por mais um ano da moratória da soja na Amazônia. Pelas regras do acordo, os compradores se comprometem a não comprar grãos de áreas desmatadas a partir de julho de 2006. O compromisso também foi firmado pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Durante a cerimônia, o ministro prometeu assinar novas moratórias com criadores de gado e madeireiros. Ele prometeu que os exportadores de soja que cultivarem o grão em área desmatada serão punidos exemplarmente pelo governo.
- Vamos traçar uma fronteira clara entre a legalidade e a ilegalidade. Quem plantar ilegalmente vai sentir a mão pesada do Ibama e da Polícia Federal - disse Minc.
O diretor da campanha Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário, disse que o prazo de um ano fixado para a prorrogação da moratória é curto, mas elogiou a iniciativa.
- Está havendo uma junção muito curiosa entre setores que se viam como inimigos. Não temos a pretensão de reformar a indústria da soja, mas queremos parar o processo de desmatamento da floresta - afirmou.
As duas entidades do setor produtivo que firmaram o acordo são responsáveis por 95% da compra de soja na região. Falando em nome do setor, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, Carlo Lovatelli, disse que a primeira moratória foi assinada, em 2006, o cultivo de soja não cresceu sobre áreas verdes da Amazônia.
- Detectamos novos desmatamentos, mas não havia um pé de soja nessas áreas - disse.
Minc também informou que o Ministério do Meio Ambiente começou nesta terça a notificar todas as empresas de pecuária, siderurgia e extração de madeira da Amazônia para que elas entreguem, no prazo de 60 dias, a sua lista de fornecedores e compradores. A medida faz parte do plano de monitorar toda a cadeia produtiva das principais atividades econômicas da região.
Fonte: O Globo
18 de junho de 2008
quarta-feira, junho 18, 2008