O novo plano de atuação militar na região de fronteira da Amazônia, que está sendo elaborado pelo Ministério da Defesa, será entregue à presidência da república nos próximos 60 dias, segundo prometeu, ontem, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, durante a operação ‘Poraquê’, no aeródromo do município de Caracaraí, no Sul de Roraima.
O plano prevê a criação de postos das Forças Armadas em regiões da Amazônia que fazem fronteira com outros países, como a Colômbia e o Peru. incluindo as reservas indígenas. Jobim disse que a previsão é que os postos militares começem a ser implantados, ainda neste ano. “Implantaremos os postos de acordo com a necessidade de cada local”, disse o ministro.
Jobim participou, na manhã de ontem, de simulações de invasão na Amazônia, ataque e abastecimento de tropas realizado em Caracaraí na operação ‘Poraquê’. De acordo com Nelson Jobim, a principal dificuldade do Exército brasileiro é a falta de infra-estrutura. “Precisamos de mais investimento nas Forças Armadas, principalmente, na proteção da Amazônia. Não adianta aumentar o efetivo se não temos como dar apoio a tudo isso”, afirmou.
O ministro informou que, além da implantação dos postos, o novo estudo irá considerar ainda, melhorias na logística atual das forças armadas. “Temos os melhores soldados de selva e o que precisamos agora é melhorar as condições dos nosso equipamentos”, disse.
Segundo o ministro, as comunidades indígenas, que habitam grande parte das regiões de fronteiras da Amazônia, terão que se adaptar à presença dos novos postos no locais. “O governo decidiu que irá instalar postos do Exército nas fronteiras. As comunidades (indígenas) podem protestar à vontade, mas nós vamos instalar”, afirmou.
O novo plano também prevê a intensificação de ações de fiscalização nas regiões de fronteiras na Amazônia. A operação ‘Poraquê’, que começou no dia 4 de agosto e terminará no dia 15, compreende uma série de simulações de conflitos armados na Amazônia.
De acordo com o ministro Nelson Jobim, não existe risco de a região sofrer ataques armados. “Mostrar que se tem condições de defesa não significa ameaça, significa apenas que temos condições para qualquer situação”, explicou o ministro. Para o comandante do Comando Militar da Amazônia, (CMA), general Augusto Heleno Pereira, a operação serviu como aprendizado para os militares. “Todo o efetivo que participou da operação teve que se adequar ao clima e às condições da região e é assim que o Exército precisa trabalhar”, disse.
13 de agosto de 2008
quarta-feira, agosto 13, 2008
Jobim promete concluir plano em novembro
Fonte: Diário do Amazonas