Nesta semana, a Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais – Jornada das Margaridas 2008 – está em Brasília para uma agenda política na Câmara dos Deputados e em ministérios estratégicos. A Jornada das Margaridas 2008 veio à cidade, com representantes de 22 estados, para retomar as negociações iniciadas na Marcha das Margaridas 2007, que reuniu cerca de 30 mil mulheres na capital. Elas vieram cobrar, monitorar e atualizar a pauta de reivindicações entregues ao Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no ano passado.
As reivindicações das trabalhadoras do campo e da floresta se baseiam nos seguintes temas: soberania e segurança alimentar e nutricional; terra, água e agroecologia: democratização dos recursos naturais; trabalho, renda e economia solidária; garantia de emprego e melhores condições de vida e de trabalho; política de valorização do salário mínimo; defesa da saúde pública e educação no campo; combate à violência sexista.
Deputada Rebecca Garcia com a representante do Estado do Amazonas
A pauta da Jornada 2008 trabalha com três linhas: dar celeridade à Projetos de Lei e PECs que estão tramitando na Casa; estimular o debate de questões que precisam ser discutidas com a sociedade e se posicionar politicamente em relação a algumas questões. “Estamos observando o andamento de proposições na Câmara que representam um retrocesso em direitos que as mulheres já conquistaram e brigaram muito para conseguir. Vamos pressionar para que isso não aconteça”, afirma Carmen Foro, coordenadora da Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Agenda - O início da semana foi marcado com uma Sessão Solene na Câmara para homenagear a data em que se completaram 25 anos do falecimento da sindicalista Margarida Alves. Na terça (12), a Deputada Rebecca Garcia, juntamente com a Bancada Feminina, se reuniu com a Comissão para debater as questões em pauta.
A Bancada levou a Jornada das Margaridas ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, para elas entregarem a pauta de reivindicações. Além de outras atividades, nesta quarta-feira (13), aconteceu a cerimônia de lançamento da 3ª Edição do Prêmio Margarida Alves e Estudos Rurais e Gêneros, com a presença do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.
Carmen Foro entrega a pauta de reivindicações à Chinaglia
Movimento - A Marcha das Margaridas é uma estratégia política construída e consolidada pelas mulheres trabalhadoras rurais para combater a fome, a pobreza, a violência sexista e construir um novo Brasil com justiça, paz e igualdade de gênero. A marcha das mulheres trabalhadoras rurais recebeu este nome em homenagem à ex-líder sindical, Margarida Maria Alves. Ela foi assassinada em 1983, na porta de sua casa, por latifundiários do Grupo Várzea, na cidade de Alagoa Grande, Paraíba.
Margarida Maria Alves era Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, e fundadora do Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. Ela obteve grande destaque na região por incentivar os trabalhadores rurais a buscarem na Justiça a garantia dos seus direitos protegidos pela legislação trabalhista. Promovia campanhas de conscientização com grande repercussão junto aos trabalhadores rurais que, assistidos pelo Sindicato, moviam ações na Justiça do Trabalho, para o cumprimento dos direitos trabalhistas, como carteira de trabalho assinada, 13º salário e férias.
"Margarida Alves é um exemplo de luta para todas as mulheres do nosso país e do mundo. Uma mulher que continuou brigando pelos seus sonhos e direitos, apesar de todas as ameaças sofridas. A Marcha das Margaridas é mais um movimento de luta em que foi necessária uma tragédia, para que, através da dor, houvesse o reconhecimento da necessidade de políticas públicas para assegurar os direitos de todas nós, mulheres, mães, trabalhadoras do nosso país", afirma Rebecca.
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Assessoria de Comunicação com informações da Contag - Fotos: Edson Almeida