19 de maio de 2009

Parlamentares e cientistas analisam causas e conseqüências da grande cheia

Parlamentares que integram a Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas sobrevoaram municípios afetados pela cheia e discutiram com especialistas as causas do fenômeno

A Amazônia é um grande desafio para a ciência. Prova disso, nesta segunda-feira (18), na Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM), integrantes da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas do Congresso Nacional reuniram-se com pesquisadores e autoridades da área do meio ambiente.

A reunião contou com a participação da ex-ministra do meio ambiente, senadora Marina Silva, que, junto a parlamentares do Amazonas sobrevoaram, pela parte da manhã, municípios cuja boa parte do território está debaixo d’água, em virtude da grande cheia que assola as regiões norte e nordeste do País. Entre as cidades visitadas, estão Manacapuru e Anamã.

“Precisamos ouvir o que os cientistas têm a dizer sobre o fenômeno. Eles já aconteciam? Estão sendo provocados por algum fator? Em qualquer processo decisório dessa natureza precisamos consultar esses especialistas para tomarmos conhecimento maior sobre a situação”, explica Marina.



Para a deputada Rebecca Garcia, que acompanhou a ex-ministra no sobrevôo, a senadora será, agora, uma porta-voz do problema enfrentado pelo Estado, pois viu de perto as conseqüências geradas pela cheia a alguns dos 51 municípios afetados.

“É preciso que haja sensibilidade para o que é prioridade. Quando as pessoas não vêem pessoalmente o problema fica difícil despertar nela esse sentimento de necessidade urgente de ajuda. Por isso, é importante a visita da senadora”, salienta Rebecca.


O principal objetivo da Audiência foi, segundo a deputada, debater e aprender com os pesquisadores um pouco mais sobre as condições do clima e da temperatura do planeta, componentes chave nessa discussão sobre a cheia.

Os eixos de trabalho da Comissão, como explicou a senadora Marina Silva, são: mitigação, adaptação e enfrentamento da vulnerabilidade. Este último bastante comentado pelo secretário executivo da Defesa Civil no Estado, Roberto Rocha, ao apresentar os números de cidadãos amazonenses afetados pela cheia: 325.097, sendo deste total, aproximadamente 9 mil já desabrigadas.

Diante do compromisso firmado de permanecer com as discussões, que deverão perpassar o problema da cheia e tomar uma dimensão mais abrangente, foi instituído o Fórum Amazonense de Mudanças Climáticas, voltado, nesse momento, principalmente para debater questões referentes à adaptação e vulnerabilidade das pessoas atingidas.

“Não podemos mais ter surpresas. Para tanto, propõe-se a formulação de um mapa da vulnerabilidade do Estado do Amazonas associado ao zoneamento ecológico estadual”, declarou a deputada federal Vanessa Grazziotin.

Participaram da Audiência, ainda, o vice-presidente da Associação Amazonense dos Municípios e prefeito de Iranduba, Nonato Lopes, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), entre outras instituições locais.

Governo – Após a Audiência na ALEAM, a diligência se encontrou com o governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB-AM), para relatar o que foi visto durante a viagem e falar sobre a situação emergencial dos municípios. Braga expôs as ações que o governo está desenvolvendo e que ainda irá desenvolver para amenizar a situação das famílias amazonenses que estão sofrendo com as enchentes.

Fotos 1 e 3: Fred Santana / Foto 2: Carlysson Sena (SDS)

Confira algumas fotos da situação das enchentes nos municípios:


Fotos: Carlysson Sena (SDS)