Meu pai, o então deputado federal Francisco Garcia, tinha trabalhado para uma reeleição tranquila, em 2006, quando recebeu o convite do Senador Gilberto Mestrinho para disputar o pleito daquele ano como suplente dele. Todos sabíamos que, diante do quadro político daquele momento, a reeleição do ex-governador para o Senado seria difícil. Meu pai, porém, havia sido vice-governador do amigo, no terceiro mandato dele, entre 1991 e 1994, e não hesitou em aceitar o desafio. Reuniu a família e nos avisou que não poderia recusar, mesmo que fosse uma disputa para perder.
Essa é a história da minha entrada na política partidária. Fui "convocada" a disputar um lugar na Câmara Federal, no lugar de meu pai, eu que mal esboçara passos para me colocar no jogo para a Assembléia Legislativa.
Gilberto Mestrinho, portanto, por essa vertente e mais as palavras de incentivo que me dirigiu, em várias oportunidades da campanha ou antes e depois dela, tem um lugar na história de minha carreira política.
Chego ao Congresso Nacional e ouço os ecos da passagem dele pelo Senado. Foi um conciliador e conselheiro respeitado. A esteira do trabalho que desempenhou, quase tanto quanto a de meu pai, facilitaram os primeiros momentos do exercício de meu mandato. Mestrinho era um nome nacional e um líder respeitado, especialmente na bancada do PMDB, e não tenho dúvida de que, se estivesse em Brasília hoje, a crise atual no Senado não se aprofundaria tanto.
O Amazonas inteiro acompanhou a valente luta dele pela saúde. Agora mesmo, nesta última e fatídica internação, os médicos se surpreenderam com a capacidade de resistência que demonstrou. Antes, havia combatido transplante de rim e diversas outras complicações, inclusive câncer, mas resistira. Desta vez, porém, o coração acabou falhando.
Na intimidade de minha família, onde o recebíamos rotineiramente, Mestrinho jamais será esquecido. Levaremos para sempre o orgulho de ter estado ao lado dele na política, em bons e maus momentos, no Governo do Estado e fora do Governo, na certeza e na incerteza.
Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo, saudades.
Essa é a história da minha entrada na política partidária. Fui "convocada" a disputar um lugar na Câmara Federal, no lugar de meu pai, eu que mal esboçara passos para me colocar no jogo para a Assembléia Legislativa.
Gilberto Mestrinho, portanto, por essa vertente e mais as palavras de incentivo que me dirigiu, em várias oportunidades da campanha ou antes e depois dela, tem um lugar na história de minha carreira política.
Chego ao Congresso Nacional e ouço os ecos da passagem dele pelo Senado. Foi um conciliador e conselheiro respeitado. A esteira do trabalho que desempenhou, quase tanto quanto a de meu pai, facilitaram os primeiros momentos do exercício de meu mandato. Mestrinho era um nome nacional e um líder respeitado, especialmente na bancada do PMDB, e não tenho dúvida de que, se estivesse em Brasília hoje, a crise atual no Senado não se aprofundaria tanto.
O Amazonas inteiro acompanhou a valente luta dele pela saúde. Agora mesmo, nesta última e fatídica internação, os médicos se surpreenderam com a capacidade de resistência que demonstrou. Antes, havia combatido transplante de rim e diversas outras complicações, inclusive câncer, mas resistira. Desta vez, porém, o coração acabou falhando.
Na intimidade de minha família, onde o recebíamos rotineiramente, Mestrinho jamais será esquecido. Levaremos para sempre o orgulho de ter estado ao lado dele na política, em bons e maus momentos, no Governo do Estado e fora do Governo, na certeza e na incerteza.
Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo, saudades.
Rebecca Garcia
Artigo publicado no jornal Diário do Amazonas
