Manaus foi sede entre os dias 15 e 17 de setembro do I Simpósio Latino-Americano de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal - REDD. O evento, promovido pelo Fórum Latino-Americano de REDD, em parceria com a Fundação Amazonas Sustentável (FAS), contou com a participação de representantes de governos, ONGS, populações tradicionais e povos indígenas de países da América Latina.
“Nosso principal objetivo é promover um intercâmbio entre diferentes países e mostrar as experiências que podem servir de inspiração para todos nós. Tivemos nesse evento a oportunidade de mergulhar, se aprofundar mais nos debates sobre o REDD”, comentou Virgílio Viana, diretor-geral da FAS.
Os mecanismos de REDD são um dos principais assuntos da pauta da Conferência das Partes (COP 15), que acontecerá em dezembro, em Copenhagen, na Dinamarca. A idéia básica é que o Brasil inclua o carbono florestal nos acordos de redução das emissões, tendo um limite máximo de compensação financeira. Os estudos mostram que os países que possuem florestas tropicais e estão dispostos a reduzir as emissões provenientes do desmatamento devem ser recompensados financeiramente por isto.
Para Viana, o problema ainda é a idéia antiga e equivocada de que o desenvolvimento só vem com o desmatamento, seguindo o exemplo dos países desenvolvidos. “O Brasil tem no desmatamento e nas queimadas 75% das emissões de carbono. Temos que olhar nossas florestas não como um estorvo, mas sim como um caminho para o desenvolvimento.”
A deputada federal Rebecca Garcia (PP-AM) esteve na abertura do evento e comentou sobre a COP 15. “Nós brasileiros não podemos perder a oportunidade de liderar essa iniciativa. É preciso defender a floresta em pé como compensação na emissão de carbono, sem que os países desenvolvidos usem isso como desculpa para não reduzirem suas próprias emissões. E nós só vamos fazer isso se tivermos a devida competência, o que é conquistada em debates como este”.
A parlamentar ainda destacou que o Congresso Nacional está cada vez mais sensibilizado com temas que envolvam o meio ambiente. “Prova disso é a criação da Comissão Mista Permanente de Mudanças Climáticas, da qual faço parte. Nela, estamos nos preparando para ajudar o executivo no que for necessário para formular a proposta brasileira para Copenhagen”, disse Rebecca Garcia.