A 1ª Cúpula Amazônica de Governos Locais, que aconteceu essa semana, em Manaus, discutiu principalmente o mecanismo de redução de emissões por desmatamento e degradação (REDD). O evento foi uma realização da Confederação Nacional de Municípios (CNM), a Associação Amazonense de Municípios (AAM) e da prefeitura de Manaus. Estiveram presentes também representantes de organismos internacionais. Além do REDD, os participantes debateram soluções ambientais locais, licenciamento ambiental, regularização fundiária e saneamento básico, bem como habitação e mobilidade urbana.A Cúpula foi a primeira manifestação político-científica da Amazônia sobre a questão climática e serviu para estimular e debater a gestão ambiental, tendo como tema central a Inclusão da Amazônia nas Negociações de Mudança Climática. “A Cúpula quer juntar forças, as potencialidades e os serviços ambientais para construir uma proposta concreta que valorize nosso patrimônio natural do bioma e que também possa ser inserida nos mercados internacionais de carbono”, disse o secretário municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Manaus, Marcelo Dutra.
Na quinta-feira (8), a deputada federal Rebecca Garcia (PP-AM) foi moderadora do painel Pluralidade nas negociações de mudanças climáticas. A discussão contou com a participação dos palestrantes: Neilton Fidelis da Silva (professor do Instituto Virtual de Mudanças Climáticas), Arnold Jacques de Dizmude (Delegação da União Européia no Brasil, Victor Lopez (UN Habitat) e do deputado federal Colbert Martins (PPS/BA).
De acordo com o relator da Comissão Mista Permanente de Mudanças Climáticas, deputado Colbert Martins, a Câmara Federal está construindo uma proposta para levar às negociações sobre o clima que acontecerá em dezembro, na Dinamarca. “Nossas florestas estão virando carvão de padaria e churrascaria. Não podemos permitir que isso continue acontecendo. Esse evento é um passo importante para levarmos esse debate para a Dinamarca, em dezembro, no COP-15”, diz Colbert.
“Nós defendemos os mecanismos de REDD como possibilidade da redução dessa grande diferença que existe hoje entre as regiões brasileiras. Sabemos que há uma polêmica nisso tudo. Mas, precisamos levar uma proposta concreta ao governo federal para que venha desenvolver as regiões que acabam recorrendo ao desmatamento para sobreviver. Essa é a hora que nós, amazônidas, temos para nos expressar e nos fazer ouvir”, diz Rebecca.
A Cúpula resultará em um documento, a Carta de Manaus, que vai descrever a proposta de inclusão da Amazônia nas negociações da Conferência do Clima, em Copenhaguen.
