A votação dos projetos de lei que institui a obrigatoriedade do governo do Estado de comprar alimentos e carteiras produzidas com madeira manejada foi realizada na tarde da quarta-feira (18), no plenário Ruy Araújo, da Assembléia Legislativa do Amazonas. A iniciativa foi do deputado estadual Marco Antônio Chico Preto (PP). “Queremos tornar esta proposta uma política de Estado, e não somente uma ação de governo. A partir do momento que isto vira lei, o trabalho terá que ter continuidade com os próximos governadores. Este é um sonho de muitos e por isso a importância desta votação”, disse Chico.
A votação foi presidida pelo presidente da ALE, Belarmino Lins, e aprovada por unanimidade pelos deputados estaduais presentes na sessão. “Esse projeto representa uma antiga reivindicação dos produtores rurais do Estado e também do pólo moveleiro local. Tudo isso nada mais é que a valorização da nossa mão-de-obra, do nosso caboclo do interior”, completou Belarmino Lins.
Das 14 cooperativas credenciadas no Programa de Regionalização da Merenda Escolar (Preme), nove compareceram à sessão. A galeria da Assembléia ficou lotada de produtores e representantes de comunidades beneficiadas com a nova lei. Todos estavam com camisetas alusivas à votação e também trouxeram faixas e cartazes de agradecimento ao projeto.
A presidente da Cooperativa Mista Agropecuária de Manacapuru (Coomapem), Eliana Medeiros, fez questão de participar desta data histórica. Já que hoje a cooperativa reúne mais de 200 produtores rurais que vivem das safras de hortaliças, frutas e verduras. Para ela, a expectativa é que com a aprovação da lei, seja possível melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. “Isso é uma injeção de ânimo nos nossos produtores rurais. Certamente o número de cooperados irá aumentar e a produção também. Principalmente porque agora nossos produtos terão destino certo. Irão para a mesa das nossas crianças nas escolas de todo o Estado”, falou Eliana.
Para o secretário da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Estado (ADS), Valdelino Cavalcante, os programas da merenda e do mobiliário escolar refletem o modelo de desenvolvimento que vem dando certo no Amazonas. “Nossa idéia com os dois projetos é valorizar os produtos regionais e potencializar a atividade econômica do Estado, já que compramos os móveis e os alimentos diretamente das cooperativas e associações de produtores espalhados pelo Amazonas”, explicou Cavalcante.
Pólo Moveleiro também é beneficiado - Hoje, o Estado possui aproximadamente 650 indústrias moveleiras. O setor emprega 4 mil pessoas diretamente. Sendo que para cada emprego direto são gerados automaticamente outros seis indiretos. Totalizando 24 mil trabalhadores. Só de carteiras escolares são produzidas 70 mil por ano. Além disso, também são fabricados no Estado, mesas, cadeiras, armários e quadros escolares.
Para o presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Amazonas (Aimazon), Valemarino Alecrim, a iniciativa é mais que importante não só para os empresários, mas também para a massa trabalhadora do setor. “Nossas indústrias só ganham com isso, com esse incentivo a mais. A expectativa é que a partir de agora tudo melhore. Inclusive com a abertura de novos postos de trabalho”, disse Valemarino.
O presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Amazonas (OCB/AM), Petrúcio Magalhães que destacou o trabalho dos produtores ao longo de tanto tempo em busca dessa regularização. “Essa é a garantia da perpetuação das compras governamentais da merenda escolar. São mais de R$ 20 milhões já investidos no Preme e aproximadamente 40 itens que já chegam aos alunos. Só temos a agradecer”, finalizou Petrúcio.
A deputada federal Rebecca Garcia (PP/AM), secretária adjunta da Frente Parlamentar de apoio ao Cooperativismo do Congresso Nacional, também participou da sessão de votação dos projetos de lei. Ela é a única mulher e representante do Norte e Nordeste a fazer parte deste bloco.
Rebecca se mostrou muito contente com o projeto de lei do Estado, que além de garantir alimento, vai também gerar desenvolvimento. “Nós demos um grande passo hoje, um grande avanço. Parabéns ao governador Eduardo Braga que apóia essa iniciativa. Com a lei, sabemos que agora tudo isso será perpetuado. E apesar de o Estado não ter a tradição do cooperativismo, essa cultura tem adquirido cada vez mais espaço entre os nossos irmãos do interior. Sendo até mesmo modelo de estudo fora do país. Temos que agradecer também aos nossos parceiros, como a Suframa, Basa e Sebrae que tem aceitado o desafio de ajudar essas cooperativas. Esse sem dúvida é um dos projetos mais importantes, porque vai viabilizar acima de tudo emprego e renda para o Amazonas”, disse a parlamentar.
Escute a reportagem sobre a votação:
Fotos: Priscilla Torres/CoopCom