22 de fevereiro de 2010

Boom na infraestrutura

Quem imagina que a construção manauara viveu um grande momento, antes da crise de 2008/2009, ainda não viu nada. Os ares da Copa do Mundo estão começando a bater sobre essa indústria e o que vem por aí será maior ainda. É oportunidade rara para os governantes, municipal e estadual, mudarem a imagem do que se imagina infraestrutura em Manaus, na esteira do que faz o governador Eduardo Braga, com o Prosamim, a continuação do Boulevard Amazonas, a ponte e a Avenida das Torres, entre outras coisas.

Detenho-me sobre dois pontos de valorização imobiliária, nos próximos anos, obras inevitáveis: Ponta Negra e Cacau Pirêra, na cabeça da ponte e em vasta extensão da margem direita do rio Negro.

O logradouro da Ponta Negra se tornou vítima do sucesso. Primeiro e maior calçadão às margens do rio, todo mundo vai para lá, em datas festivas, fins de semana e dias de sol.

O resultado é que a demanda de público se transforma num camelo tentando entrar no buraco da agulha. É humilhante a romaria caminhando, por quilômetros, na volta para casa, porque os ônibus passam superlotados, com gente pendurada nas portas.

Agora, na obra que está planejada, será corrigido um erro inicial, que foi voltar o calçadão para a rua e não para o rio. Sugiro que, ao mesmo tempo, se promova a perenização da faixa arenosa. Como? Dragando o leito do rio Negro e jogando areia na praia – algo que combateria o assoreamento do canal, risco iminente à navegação, e garantiria o lazer mesmo sob os rigores das cheias.

Não é tudo. A Prefeitura precisa adquirir, com urgência, as máquinas de limpeza a escovão, jato d’água e sabão (em Sydney e em Barcelona elas utilizam xampu, espalhando cheiro agradável nas ruas), para deixar os ladrinhos sempre brilhando e não encardidos como estão agora; e, para a praia, aquelas máquinas que peneiram a sujeira e mantêm a areia sempre fofinha.

Feito isso, a Ponta Negra vira um brinco. Mas sem alternativas, como o Parque Sauim Castanheiras, na Zona Leste, como ponto de lazer para outras áreas da cidade – ciclovias, áreas de caminhadas, piqueniques, muito verde, muitas árvores, muita grama e água, aproveitando as nascentes –, de nada adiantará todo esse esforço.

Volto ao assunto.

Rebecca Garcia
Artigo publicado no jornal Diário do Amazonas