30 de abril de 2010

Atrasos nas obras da Copa de 2014 começam a preocupar



Indefinição de informações em relação à Copa do Mundo de 2014 e os atrasos no cronograma vêm preocupando os parlamentares da Subcomissão permanente de acompanhamento dos recursos públicos federais destinados à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. Para a relatora, deputada Rebecca Garcia (PP-AM), questões cruciais como a definição das cidades sedes, são essenciais para o bom desempenho do país no Mundial. “O governo anunciou que algumas sedes poderiam cair, mas isso é complicado, porque obras já começaram e investimentos já foram feitos. Isso precisa ser definido com urgência para não afetar ninguém”, afirma Rebecca.

A dúvida em relação às sedes era uma das perguntas que seriam feitas ao ministro dos Esportes, Orlando Silva (PCdoB), durante audiência pública na quinta-feira (29), mas ele não pôde comparecer. “Vamos marcar outra audiência com o ministro brevemente, porque ele é o coordenador interministerial da Copa e temos muitas dúvidas para esclarecer”, acrescenta a parlamentar.

O ministro das Cidades, Márcio Fortes (PP), participou da audiência e falou sobre a parte que cabe ao seu ministério: as obras de mobilidade urbana. Segundo ele, o PAC da Copa foi dividido em dois termos: estádios, de responsabilidade do Ministério dos Esportes, e mobilidade urbana. Os investimentos do PAC da Copa estão previstos em R$ 23 bilhões.


Segundo Fortes, as obras de mobilidade urbana não estão atrasadas. “Não temos compromissos firmado com a FIFA (Federação Internacional de Futebol) nessa área. Temos um cronograma nosso, que será cumprido. Esse foi um detalhe fundamental na escolha dos projetos, um cronograma definido e real”, afirma o ministro. Entre outros critérios para a escolha dos projetos, o ministro destacou também o legado e a capacidade de endividamento das sede.

Para ele, obra é normal atrasar. “Quem nunca fez uma obra no banheiro? Obra é assim, a gente planeja um tempo e um custo e ela sempre sai mais cara e é entregue depois. No nosso caso, não temos o prazo da Copa das Confederações como os estádios, temos um cronograma confortável. A idéia é estar tudo pronto em 2013, mas ainda temos até 2014 de espaço”, acrescenta Márcio Fortes.

Segundo ele, o ministério está disponibilizando, no programa de financiamento governo federal, cerca de R$ 11,5 bilhões para as obras de mobilidade. Destes, R$ 7,6 bilhões sairão do Fundo de Garantia. “O resto será contrapartida dos estados. O nosso gasto é esse de 7,6 bi. Se no fim, as obras ficarem mais caras do que apresentadas no projeto, é responsabilidade dos estados, o ministério não vai arcar”, afirma Márcio Fortes.


Cidades sedes – Na tarde da quarta-feira (28), a Subcomissão recebeu André Barrence, gerente adjunto do Projeto Copa do Governo de Minas Gerais, e Everaldo Augusto, da Secretaria Extraordinária do Comitê da Copa na Bahia.

Aeroportos - Assim como as outras capitais já ouvidas, Salvador e Belo Horizonte também estão preocupadas com as obras em portos e aeroportos, que são de responsabilidade da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Até agora as obras nos aeroportos ainda não começaram e a maior preocupação e que já seja tarde demais em alguns casos. A subcomissão escutará o andamento das ações da Infraero em audiência pública, na próxima quinta-feira, dia 6 de maio, às 9h.

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