Em uma sessão muito emocionada, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Crianças Desaparecidas da Câmara dos Deputados recebeu, na terça-feira (27), duas mães de Manaus, que vieram apresentar o caso de suas filhas – Shara Ruana e Karla Victória que desapareceram, em Manaus, em 2007 e 2004, respectivamente.
A convite da deputada Rebecca Garcia (PP-AM), a vereadora Socorro Sampaio (PP-AM), presidente da Comissão dos Direitos da Criança, do Adolescente e do Idoso da Câmara Municipal de Manaus (CMM), apresentou à CPI o caso dos desaparecimentos. “São duas crianças que sumiram na proximidade de suas casas. Desnecessário dizer o impacto emocional que o desaparecimento dessas e de outras crianças causa em suas famílias. A incerteza quanto ao seu destino, o seu estado de saúde, suas condições atuais, tudo abala profundamente o equilíbrio de seus pais”, comenta a vereadora.
Casos – Os pais de Shara Ruana, Alzenira Nascimento dos Reis e Pedro Lourenço dos Reis, contaram aos deputados da CPI como foi o desaparecimento da menina. Shara, que hoje estaria com nove anos de idade, sumiu no dia 28 de outubro de 2007. Foi à padaria comprar pão e nunca mais foi vista. Apesar dos esforços da família, da polícia e outros órgãos envolvidos no caso, até hoje, nenhuma pista concreta foi encontrada. “Ainda espero a volta de Shara. Essa ferida está aberta dentro de mim. É uma dor que não desejo para mãe nenhuma. Eu nunca vou parar de esperar ela chegar. Aonde me mandarem ir atrás da minha filha, eu vou”, afirma emocionada Alzenira.
Já a filha de Francinete Alves Ferreira, Karla Victória, desapareceu no dia 2 de novembro de 2004, nas proximidades da casa da família. Elas estavam na vizinha e a menina, então com quatro anos, foi em casa beber água e nunca mais apareceu. A mãe conta que percebeu o sumiço da filha pouco tempo depois. Mas, que mesmo assim não foi possível encontrar a criança. “Eu não aguento mais, não consigo mais continuar vivendo com essa dor. Preciso de notícias, informações. Faço qualquer coisa para ter minha filha de volta”, ressalta Francinete.
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