A presidenta Dilma Rousseff lançou na manhã desta terça-feira (22.03), no Teatro Amazonas, em Manaus, um programa nacional para ampliar as ações de fortalecimento da rede de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama e de colo do útero. Serão investidos R$ 4.5 bilhões ao longo dos próximos quatro anos. O evento contou com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha e da ministra da Cultura, Ana de Hollanda.Dilma disse que escolheu o Amazonas para fazer o evento por conta do grande número de casos registrados na região Norte. Só em Manaus, são registrados duas vezes mais casos de câncer do colo de útero que em qualquer outra cidade do país.
“O câncer é curável se a gente previne e detecta no início. Eu sou uma beneficiária da prevenção: tive câncer, descobri no começo e me curei. Quero que todas as mulheres tenham acesso às mesmas coisas que eu tive. Vamos trabalhar para que todas tenham perspectiva de cura maior”, disse a presidenta.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2011, o país terá aproximadamente 18,5 mil novos casos de câncer de colo do útero e 49,2 mil de câncer de mama. O orçamento do Ministério da Saúde deste ano destina R$ 261,679 milhões a ações de prevenção de câncer de mama (R$ 176,26 milhões) e de colo de útero (R$ 85,4 milhões).“Entre um conjunto de ações que estamos planejando para melhorar a saúde da mulher, priorizamos a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do câncer de mama e de colo do útero. Com o plano, vamos garantir no SUS, na rede pública de saúde, serviços de qualidade para o atendimento de todas as mulheres”, enfatizou o ministro Alexandre Padilha.
Dilma ainda comentou sobre o câncer que teve. “Eu sou uma prova. Eu tive câncer e por ele ter sido diagnosticado no início eu fui curada. Quero que todas as mulheres do Brasil tenham todos os cuidados que eu tive para me curar”, afirmou.
Depois de uma crítica feita por uma pessoa da platéia, a presidente pediu que as pessoas acreditassem mais no Sistema Único de Saúde. “O sistema tem falhas e é minha função e dos meus ministros detectarmos falhas. Essa é nossa responsabilidade e por isso quero parceria com o governo do Estado e com as prefeituras, para melhorarmos nossa cobertura. Mas as pessoas têm que acreditar no SUS”.
O evento era voltado para as mulheres, mas Dilma não esqueceu os homens e comentou sobre um programa voltado só para eles também. "Vamos lançar, também, o programa de próstata, porque os homens também correm riscos e precisam aprender a fazer exames preventivos".
CÂNCER DE MAMA - Um dos focos do fortalecimento da rede é a melhora da qualidade das mamografias. Em todo o país, existem quatro mil mamógrafos que serão revisados pelo Ministério da Saúde. Para isso, será criada uma força-tarefa, com participação do governo federal, dos Estados e dos municípios. Além de ser instalado também um grupo de trabalho com participação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), do Inca, do Colégio Brasileiro de Radiologia e das Vigilâncias Sanitárias nos Estados e municípios.
O programa ainda prevê a implantação de 50 centros para atendimentos em mastologia ou ginecologia, que acelerarão o início do tratamento após a confirmação do diagnóstico. A localização destes centos será definida entre o Ministério e os Estados.
“Nós vamos lutar para que esse recurso chegue ao nosso Estado. E que os equipamentos sejam adquiridos para levar um tratamento de qualidade para nossas mulheres. Hoje entreguei pessoalmente ao Ministro da Saúde, um documento cobrando uma solicitação de mamógrafos para o Interior do Estado, que estava parada. E ele me prometeu que dará uma solução para o caso”, falou a deputada federal Rebecca Garcia, que também participou do evento. COLO DO
ÚTERO – Para ampliar o controle do câncer do colo de útero, o governo federal vai incentivar o acesso ao exame preventivo, com foco nas mulheres com idade entre 25 e 59 anos. O objetivo é que após a realização de dois exames anuais consecutivos com resultado negativo para o câncer, as brasileiras passem a fazer o exame preventivo regularmente a cada três anos, conforme recomenda a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS).
INCIDÊNCIA – O câncer de colo do útero é o segundo tumor mais frequente nas mulheres. Em 2008, dado mais recente consolidado pelo Sistema Nacional de Informação sobre Mortalidade, 4.873 mulheres morreram em decorrência da doença. Ainda mais frequente que o de colo de útero, o câncer de mama é a principal causa de mortalidade por câncer entre a população feminina brasileira. Em 2008, foi responsável por 11.813 óbitos.
ALMOÇO - Depois do evento no Teatro Amazonas, Dilma foi conhecer o Palácio Rio Negro, na Avenida Sete de Setembro. No local, os convidados participaram de um almoço com o governador Omar Aziz, e com outras autoridades locais.“Eu quero agradecer e dizer que estou muito honrado com a visita da presidenta Dilma. Porque hoje temos uma mulher no comando e elas merecem, afinal elas são mais fortes, mais corajosas. Então, vamos o melhor para esse povo com essa parceria com o governo federal. Nosso povo merece”, disse Omar.
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS – Dilma ainda disputou a popularidade com a apresentadora Hebe Camargo, que foi aplaudida por várias vezes. Além da presença de atletas, cantoras e artistas.
Durante o lançamento, um tom bem-humorado fez parte das falas dos artistas, duas delas assumindo ter tido câncer, Daniela Mercury e Hebe Camargo. “Eu estou realizando um sonho de conhecer essa cidade, esse Teatro maravilhoso que eu só tinha visto pela TV. Mas, aqui hoje, nós vamos falar desse programa que eu topei participar e tenham certeza que eu só entro em uma coisa, quando eu acredito”, finalizou Hebe.
O governador do Amazonas, Omar Aziz (PMN), no fim de sua fala pediu um "selinho" da apresentadora e foi atendido. Logo em seguida, a presidenta completou: “Omar, você pensou que a Hebe não fosse encarar? Você não conhece as mulheres!?!”.
PÓLO INDUSTRIAL DE MANAUS – Durante a entrevista coletiva concedida na saída do Teatro, a presidenta Dilma ainda falou sobre o Pólo Industrial de Manaus. “Nós já tomamos uma decisão política de prorrogar a questão da Zona Franca de Manaus, por mais 50 anos, a contar do prazo de vencimento”.
Para a deputada Rebecca, a iniciativa da presidenta garante a geração de emprego e renda para o Estado por mais tempo. “Nós tínhamos certeza que a presidenta faria isso pelo Estado. Mesmo porque o Pólo não é só do Amazonas, o Pólo é do Brasil, gera riquezas para o Brasil, e não se pode acabar com algo tão produtivo”, finalizou Rebecca.
