26 de janeiro de 2008

POLÍTICA - Bancada feminina do AM quer mais mulheres no cenário político


COMENTÁRIO
O Jornal "Diário do Amazonas" publica neste Sábado (26.01) matéria sobre a inserção da mulher amazonense no cenário político. Muito mais do que desejo, é necessário preparo. E este preparo vem de formação pessoal,partidária, política. Mais do que isso.É preciso que sejam ofertadas informações a todas nossas mulheres. Motivação para lançar-se em um cenário tão competitivo e machista.
Se somos poucas ainda é por nossa própria culpa.A culpa de quem escolhe seus governantes. Se o cenário feminino é escasso nas câmaras e assembléias, como poderão ter representação as demandas femininas? E será que nós mulheres, quando estamos no poder, temos os olhos somente para as outras mulheres? Aí reside o equívoco e o paradigma principal que ronda o pensamento dos homens que se esquivam em nos dar um selo de confiança. A mulher tem um ponto mais do que positivo. O de ir além. Enquanto TODOS pensam nos problemas econômicos, de infra-estrutura, habitação, saúde etc. Nós enxergamos mais adiante, refletindo sobre tudo isso e todos aqueles que são afetados direta ou indiretamente. Assim como vale a máxima "pensar no cliente e não no produto" para a área de vendas, vale também outra para a área política "pense no beneficiado que o produto, ou mesmo o processo, será natural".
Se pensarmos nas inúmeras pessoas que todos os dias sofrem na cidade de Manaus com um sistema de transporte deficitário, enxergaríamos melhor as respostas. Mas não basta pensar, há de se aproximar, "sentir" o que cada um sente. Estar mais próximo. E criar em participação. Somente assim poderemos ter respaldo. E esse é o pensamento da mulher moderna, aliar conhecimento com o sentimento de estar próximo do outro, de ouví-lo.Sem demagogia e hipocrisia. Vamos pensar diferente?
Leia abaixo na íntegra.
Bancada feminina do AM quer mais mulheres no cenário político
As parlamentares do Amazonas defendem o aumento da participação feminina no cenário político. O Estado tem 1.563.850 mulheres, sendo que em Manaus elas são 824.331, ou 51% da população, mas apenas dez participam ativamente da política, em cargos eletivos. Para tentar reverter este quadro, semelhante em todo o País, esta semana, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) lançou uma campanha nacional para estimular o crescimento do número de candidatas nas eleições. A ala feminina da política amazonense aprovou a medida. A deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB) disse que a bancada feminina na Câmara sempre discutiu o aumento da participação das mulheres na política. “Hoje, a representatividade é pouca”, diz.

Para a deputada federal Rebecca Garcia (PP), é necessário que homens e mulheres se dividam no poder. Segundo ela, é importante que se tenha visões sobre as questões sociais. Rebecca considera que a representatividade da mulher na política é mínima por falta de candidatas nas eleições. “A mulher na política é uma minoria, mas isso não quer dizer que seja por falta de opção. Na verdade é que são poucas as que se candidatam”, declarou. Segundo a deputada, no mês de março o PP vai lançar uma campanha para intensificar a participação das mulheres.

A deputada estadual Therezinha Ruiz (DEM), diz que a luta para a entrada das mulheres na política deve ser defendia pela categoria. “As campanhas são importantes, mas a defesa deve partir da ala feminina juntamente com os incentivos dentro dos partidos. No DEM, o assunto é defendido, mas é preciso muito mais que isso. A própria sociedade feminina precisa tomar conhecimento que os interesses femininos poderiam ser defendidos e discutidos com mais empenho se tivéssemos mais mulheres no poder”, destacou.

A vereadora Cláudia Janjão (PMN) considerou que a pouca representatividade das mulheres na política é decorrente da falta de opção. “Não é que haja preconceito da sociedade ao eleger mulheres. Vejo que as mulheres têm aversão à política. Isso não quer dizer que elas não entendam do assunto, mas, geralmente não gostam de se envolver no meio. Na política tem que ter envolvimento. E quando as mulheres se envolvem elas realmente vão a fundo”, destacou. Para a vereadora, as mulheres são mais sensíveis aos problemas sociais e muitas vezes desempenham melhor o mandato do que os homens.

Já a vereadora Lúcia Antony (PCdoB) afirma que 40% da bancada federal do PCdoB é representada por deputadas. Segundo ela, dos 13 deputados federais da legenda cinco são mulheres. Para Lúcia Antony, a representação feminina ainda é pouca devido à falta de incentivo e de oportunidades por parte dos partidos. “É preciso incentivo dentro dos partidos. No PCdoB, por exemplo, o assunto é sempre discutido e priorizado, tanto que hoje no Amazonas, nós temos duas representantes no parlamento”, afirmou. No Congresso Nacional a participação das mulheres é irrisória: na Câmara, as deputadas são 8,8% dos parlamentares; no Senado são 12,3%. A bancada feminina do Amazonas é formada pelas deputadas federais Rebecca Garcia e Vanessa Grazziotin, deputadas estaduais Therezinha Ruiz, Vera Castelo Branco (PTB) e Conceição Sampaio (PP), vereadoras Mirtes Sales (PP), Glória Carrate (PMN), Claudia Janjão e Lúcia Antony e pela prefeita de Santa Izabel do Rio Negro Eliete da Cunha Beleza (PR).