Na quarta-feira, 21 de maio, a Agência Amazônia de Notícias, noticiou que o desbarrancamento do solo areno-argiloso na faixa marginal dos rios Acre e Purus prejudicam moradores e desafiam autoridades de Boca do Acre, município com cerca de 30 mil habitantes, a 1.028 quilômetros de Manaus, capital do Amazonas.
O fenômeno é comum na região e a situação pode se agravar ainda mais em conseqüência da destruição da mata ciliar. No período de chuvas, então, quando os rios Acre e Purus se enchem, a erosão aparece cada vez em mais lugares da região beira-rio.
Diante da notícia, encaminhei requerimento de informação ao Ministro das Cidades, Mário Fortes, para que ele exponha quais medidas estão sendo tomadas para conter o assoreamento e a erosão, que estão comprometendo as margens dos rios Acre e Purus. Solicito também informações para saber o que mais pode ser feito e como poderíamos fazer uma parceria, no intuito de ajudar os moradores dessas cidades ribeirinhas.
Confira na íntegra a notícia da Agência Amazônia de Notícias:
Assoreamento ameaça cidade no interior do Amazonas
Boca do Acre espera conter assoreamento e a erosão que já comprometem as margens dos rios Acre e Purus.
O desbarrancamento do solo areno-argiloso na faixa marginal dos rios Acre e Purus desafia moradores e autoridades de Boca do Acre, cidade com cerca de 30 mil habitantes a 1.028 quilômetros de Manaus, capital do Amazonas, e a 208 quilômetros de Rio Branco, capital do Acre.
Prefeitura e Capitania dos Portos enfrentam o fenômeno há quatro anos, mas temem que ele se agrave, em conseqüência da destruição da mata ciliar na região. Arrastados pela ação da chuva e do vento, sedimentos chegam em áreas próximas à cidade e ameaçam ruas, casas e palafitas. Parte da Avenida XV de Novembro, por exemplo, foi tragada pela erosão há dois anos.
Apoio federal - Se acionado, o Ministério das Cidades poderá socorrer a cidade, para atender a área ribeirinha. É necessário um projeto de engenharia para justificar o investimento. Por enquanto, só há planos. O município está entre os 18 que receberão R$ 30 milhões do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social para moradias populares. Pelo menos R$ 500 mil chegarão este ano aos cofres municipais.
O período de chuvas deste ano, conhecido por inverno amazônico aumentou o problema. O solo da beira-rio foi novamente inundado pelas cheias dos rios Acre e Purus e a erosão apareceu em diferentes locais.
De acordo com o site www.bocadoacreonline.com os comerciantes da área começam a exigir providências definitivas para a contenção do fenômeno. “O perigo é iminente, vidas humanas correm riscos seríssimos e incautos traseuntes circulam por áreas de riscos despreocupadamente, sem se dar conta”, assinala. Boca do Acre exige medidas preventivas para diminuir riscos, além de monitoramento constante e sinalização de alerta.
“Povo apaixonado por tudo o que se refere a sua terra, o bocacrense, certamente, merece o resgate de sua história ou, pelo menos, minimizar sua perda”, escreve o site.
O que poder feito para evitar o assoreamento:
- A mata ciliar funciona como uma espécie de barreira, segurando materiais terrosos que chegam com as chuvas (enxurradas) e com isso impede ou dificulta o assoreamento do curso d'água.
- Essa barragem pode estar segurando também toda espécie de materiais estranhos que irão afetar a qualidade das águas do rio, como excessos de adubo e agrotóxicos utilizados na lavoura e outros lixos.
- As sementes das árvores citadas servem de alimento para os peixes do rio que fazem aparecer uma avifauna, isto é, as aves encontram ali moradia (árvores) e riqueza de alimentação para, também, cumprir o seu papel de semear outros sítios, longe dali, através de seus dejetos com sementes.
- É por tudo isso que devem ser coibidos certas irregularidades e para essas situações existem leis, contra os aterros das margens, as construções ribeirinhas, os depósitos de lixos e a estocagem de matérias primas e produtos nessas margens entre outras. (Ambiente Legal).
23 de maio de 2008
sexta-feira, maio 23, 2008