O preço cobrado pelos serviços de internet banda larga no Amazonas chega a ser 977% maior do que o praticado em outros estados, onde os internautas têm acesso com velocidades 70% superiores às locais. Os dados são de um estudo feito pela Associação Brasileira de Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp) que constatou, anteriormente, que Manaus tem a banda larga de internet mais cara do mundo.
A pesquisa motivou a Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Municipal de Manaus (CMM) a realizar uma audiência pública para discutir o assunto. A audiência acontece hoje, às 9h, no auditório da CMM, no bairro Santo Antônio, Zona Oeste.
Entre os assuntos que serão discutidos na reunião estão a democratização da internet e a redução do valor da cobrança aos consumidores.
- Não há como falar de inclusão digital e desenvolvimento quando as diferenças sociais são ainda mais acentuadas por um mercado que privilegia as regiões mais próximas em detrimento de localidades afastadas. Além disso, o alto valor cobrado pela internet não é justificado, já que as prestadoras desse serviço se utilizam da mesma estrutura existente para TV a cabo e telefonia, ou seja, o custo operacional é mínimo - enfatizou o vereador Marcelo Ramos (PCdoB), que apresentará o estudo do valor cobrado pelo acesso à internet em todo Brasil.
Estudo - De acordo com o estudo, no Rio de Janeiro, para serviços de acesso à internet de banda larga ADSL (linha telefônica), os internautas pagam R$ 39,90 por dois megabytes (2MB) de velocidade, enquanto que em Manaus é preciso desembolsar R$ 219 (449% a mais) por apenas 300 Kbps.
Ramos afirmou que vai reivindicar maiores investimentos por parte das prestadoras do serviço na estruturação da internet, além de cobrar do governo federal quanto à aplicação do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), na Região Norte.
A audiência pública contará com a presença de representantes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Embratel, Vivax/Net, Oi/Velox, ministérios Público Federal (MPF) e Estadual (MPE), Procon/AM, entidades de classe (Cieam e CDL-M), empresários de vários setores e universitários do curso de Ciência da Computação de algumas faculdades.
Fonte: Portal Amazônia
15 de maio de 2008
quinta-feira, maio 15, 2008