Com participação destacada do agronegócio, a atividade econômica na Amazônia Legal cresce em ritmo duas vezes mais acelerado do que a média nacional, segundo reportagem de Marta Salomon na Folha deste domingo (íntegra do texto restrita para assinantes do jornal e do UOL). Nos primeiros três anos do governo Lula, a região cresceu 22,4%, enquanto o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro acumulava crescimento de 10%, segundo cálculo feito pela Folha.
Os dados oficiais mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para Estados e municípios são de 2005. Apesar do crescimento acelerado, a riqueza gerada na região contribuiu com menos de 8% no PIB nacional, de acordo com os últimos dados disponíveis.
Os resultados da atividade econômica dos Estados da Amazônia Legal, área de cinco milhões de quilômetros quadrados e alvo do PAS (Plano Amazônia Sustentável), apontam que, desse território, 83% são dominados pelo bioma Amazônia, onde estão concentradas as ações de combate ao desmatamento.
Embora a administração pública tenha participação importante na economia da região, as atividades agropecuárias pesaram, especialmente no crescimento de Mato Grosso e do Pará, os dois Estados que se mantêm no topo do ranking do desmatamento desde o início da década.
Recomposição - Na última sexta-feira, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou que o governo federal vai destinar R$ 1 bilhão para recomposição de reservas legais na Amazônia. Na prática, o governo vai conceder crédito, a juros de 4% ao ano aos produtores que desmataram além do permitido pela legislação e são obrigados a recompor a floresta.
"Uma coisa é você obrigar, outra coisa é você dar meios para, essa é a verdadeira questão. É uma obrigação legal. Mas agora os recursos vão garantir que ela seja cumprida. É o cumpra-se da reserva legal", disse Minc no 1º Fórum de Governadores da Amazônia Legal.
De acordo com ministro, o financiamento anunciado hoje está incluído na MP (medida provisória) 432, publicada na última quarta-feira (28) no "Diário Oficial" da União.
Minc também anunciou outra medida que vai beneficiar quem já desmatou ilegalmente a floresta: o Ministério do Meio Ambiente vai garantir recursos para a regularização fundiária de propriedades rurais na Amazônia.
Fonte: Folha Online