8 de outubro de 2008

INCRA reconhece duas novas reservas no AM

Superintendente do órgão oficializou, por meio de portaria no Diário Oficial da União, unidades de conservação no sul do Estado. Proposta é beneficiar produtores rurais de forma ordenada.

Duas portarias governamentais, datadas inicialmente de 18 de setembro, foram reconhecidas ontem, a partir de decreto assinado pela superintendente estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Maria do Socorro Marques Feitoza. Os textos oficializam mais duas unidades de conservação no Estado do Amazonas, ambas no sul. As Reservas Extrativistas (Resex) do Médio Purus e do Ituxí foram homologadas na tentativa de fixar produtores rurais na região. Também foi meta da homologação permitir a cerca de 4 mil moradores das duas unidades participarem do Programa de Crédito Instalação e de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

A Reserva Extrativista Ituxí, localizada no município de Lábrea (a 730 km de Manaus), possui área de 776,9 mil hectares. Com o decreto, o Incra pretende estender os benefícios do Pronaf a 300 famílias de pequenos produtores rurais.

A Reserva Extrativista Médio Purus, que abrange os municípios de Lábrea, Tapauá (a 450 km de Manaus) e Pauini (a 935 km), abrange 604,2 mil hectares de área de florestas nativas, sendo que o decreto permitirá a 900 famílias de pequenos produtores rurais serem beneficiárias do Pronaf.

Reconhecimento - A aprovação do Pronaf para as 1,2 mil famílias significa que elas terão crédito para produzirem de forma sustentável, segundo aponta o documento do Diário Oficial da União.

Primeiro elas receberão o crédito instalação (alimento e fomento a implementos agrícolas como terçado e rabeta), no valor de R$ 2,4 mil reais. O dinheiro será repassado para a associação do assentamento. O recurso é depositado na conta.

Depois dos recursos iniciais, será liberado o crédito habitação aos moradores das unidades de conservação, no valor de R$ 7 mil.

Crédito não garante modelo sustentável - Com a liberação do crédito às famílias dessas Resex, o Incra pretende estimular a agricultura familiar, de modelo sustentável, aos assentados.
Entretanto, como mostram dados recentes do próprio Incra, a situação dos assentamentos criados nos últimos 20 anos na Amazônia não é nada animadora.

Menos de três quartos (ou 25%) de todas as glebas destinadas a assentamentos em áreas localizadas no bioma Amazônia sofrem grande degradação florestal.

Dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) mostram que o Incra acupa as seis primeiras posições no ranking dos maiores desmatadores do país.

São mais de 223 mil hectares desmatados a partir de erros de planejamento do Incra, conforme apontou a lista dos 100 maiores desmatadores do Brasil.

Fonte: Amazonas em Tempo