13 de janeiro de 2009

Governo registra 169 mil denúncias de agressões a mulheres em 2008

Levantamento mostra que 64,9% das vítimas são agredidas diariamente.Em 67,2% dos casos de violência, homens estavam bêbados ou drogados.

Um levantamento do governo federal aponta que 169 mil denúncias de agressões contra mulheres foram registradas no Brasil no ano passado. De acordo com os dados, calculados com base nas denúncias feitas por telefone e nas ocorrências policiais, as mulheres são vítimas de 97,1% das agressões, sendo que a maioria delas (64,9%) é agredida diariamente dentro de casa.

Os números da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres mostram que os principais agressores são os maridos ou companheiros, que respondem por 63,2% dos casos. O levantamento destaca também que, em mais da metade das agressões (67,2%), eles estavam bêbados ou drogados. A maioria das vítimas tem entre 20 e 40 anos e não depende financeiramente do agressor.

Segundo o psiquiatra Raphael Boechat, as vítimas de agressões necessitam de tratamento psiquiátrico. Para ele, só com acompanhamento medico a pessoa consegue entender o porquê de ela estar se submetendo repetitivamente a situações humilhantes.

A delegada da mulher Sandra Gomes Melo diz que o perfil das mulheres agredidas é o de uma pessoa que nutre afeto pelo autor e muitas vezes não quer prejudicá-lo. “O que ela menos quer é ver o autor preso. Ela na verdade quer que ele pare de agredi-la”, afirmou Sandra. “Ela acaba por dar uma nova chance ao autor. Então, há uma chance de ela voltar a ser agredida”, completou.

Sandra Gomes Melo acrescentou que o fenômeno da violência contra a mulher é verificado em todas as classes sociais, com agressores e vítimas com graus intelectuais diversos. “Muitas vezes ela não quer prejudicá-lo. A única coisa que ela quer é fazer com que acabem as agressões”, explicou a delegada.

A lei prevê de três meses a três anos de cadeia para o agressor. A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres alerta denunciar é a melhor maneira para combater as agressões.

Fonte: G1