8 de julho de 2009

Nova alternativa para conter as mudanças climáticas

A deputada Rebecca Garcia conheceu esta semana mais uma alternativa que pode ajudar a mitigar o problema do aquecimento global e das mudanças climáticas. Ela participou, na quarta-feira (8), do 1º Seminário Brasileiro sobre CCS (Carbon Dioxide Capture and Storage – Captura e Armazenamento de Dióxido de Carbono), promovido pela Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) e a Shell Brasil.

O debate, ocorrido pela primeira vez no Brasil, mostrou uma nova cadeia tecnológica, ainda em fase demonstrativa, que é baseada em três elementos: captura, transporte e armazenamento de CO². Em resumo, o objetivo é capturar o carbono emitido na atmosfera e armazená-lo nos espaços subterrâneos provenientes da retirada do petróleo e gás para a produção de combustíveis. “Existem vários processos que nos permitem fazer isso. É um método simples. O CO² fica armazenado dentro da rocha, e com o passar dos anos e em contato com a água, ele se mineraliza e não existe mais a possibilidade de sair dali”, explica Brendan Beck, analista de energia da Agência Internacional de Energia (IEA-sigla em inglês).

Durante a discussão ficou evidente que o CCS é uma das alternativas para diminuir os impactos das atividades humanas sobre as mudanças climáticas, porém exige um nível tecnológico muito avançado. A experiência já está sendo testada em alguns países da União Européia, nos Estados Unidos, Canadá e Austrália. No caso do Brasil, existem alternativas mais simples e eficientes, como o florestamento e reflorestamento e a utilização dos bicombustíveis.

De acordo com a deputada Rebecca Garcia, uma opção que o país deve insistir em aprovar nas rodadas de negociação internacional é a contabilização do CO² nã o emitido por meio da manutenção da floresta em pé. Uma das formas de viabilizar isto são os chamados mecanismos de REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação). “É importante desenvolver um modelo econômico que incentive a manutenção da floresta em pé, dando alternativas e opções para o homem que vive na floresta. O Brasil tem que ser mais ousado e liderar esse debate”, ressalta Rebecca.

O evento contou com a participação de representantes do governo federal, entidades de classe, executivos de grandes empresas e acadêmicos. O debate foi moderado pelo professor da Universidade de São Paulo (USP) José Goldemberg, reconhecida autoridade ambiental nacional.