Parabéns, Manaus, por teus 340 anos.
Comemoro este aniversário indagando o que faria se, nas décadas que sucederam à criação do Pólo Industrial de Manaus, tivesse poder de mando na cidade? Respondo: planejaria. Como não dá para mudar o passado, evitando que lideranças de invasores criassem uma indústria e determinassem a forma de crescimento da cidade, então vamos sonhar com um futuro planejado.
Em primeiro lugar, antes de mexer tem que deitar um olhar amplo. Nada de asfaltar para depois esburacar, embora isso seja o de menos, diante dos prédios erguidos em áreas onde deveriam passar avenidas e que acabam custando milhões aos cofres públicos em desapropriações.
Se foram necessários tantos milhões de dólares, perto de US$ 1 bilhão, para retirar parte das casas erguidas em cima de igarapés, através do Prosamim, não é possível que admitamos o surgimento de nenhuma casa nessas condições. Elas acabam tornando nossos cursos d’água esgotos a céu aberto, bombas de mau cheiro e um crime contra a humanidade, que, num futuro não tão distante assim, pode ir à guerra por causa da água doce.
E as calçadas!!! Todos precisam aprender que elas são parte da rua. O poder público tem que, paulatinamente, ir retomando-as, obra após obra, pacientemente, até que o espaço da mobilidade urbana, por onde passarão cadeirantes, idosos e demais portadores de necessidades especiais, volte a ser de todos.
Um dia ainda hei de ver a Djalma Batista, inteirinha, sendo palmilhada, de ponta a ponta, por caminhantes, inclusive à noite, porque a cidade há de vencer também essa luta contra a violência. Quero uma Manaus bonita e criativa. Descobri esses dias, na rua J, Alvorada 2, oficinas de conserto de aparelhos eletrônicos, inclusive os dados como perdidos. É quase um axioma que “queimou a placa, joga no lixo e compra outro”. Os técnicos desse lugar consertam a placa. Gostaria que o poder público fosse até lá e ajudasse esses micro-empresários a construir lojinhas charmosas, atrativas, uma ao lado da outra, para que crescessem mais rapidamente.
Manaus, há muito que fazer. O principal, porém, já temos: um povo maravilhoso.
Feliz aniversário.
Rebecca Garcia