Mulheres lotam auditório da ALE no II Encontro de parlamentares do Estado quando foi assinado o pacto pelo enfrentamento à violência contra a mulher
A subsecretária de Monitoramento e Ações Temáticas da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Aparecida Gonçalves, comparou, ontem, a violência doméstica praticada no Brasil, contra mulheres, à tortura imposta a prisioneiros de guerra. Para ela, a violência contra a mulher deve ser tratada pelo Estado como questão de saúde pública. As declarações foram dadas ontem, no II Encontro de Parlamentares do Amazonas, realizado no auditório da Assembleia Legislativa do Estado (ALE).
Números apresentados por Aparecida Gonçalves mostram que milhares de mulheres permanecem reféns da violência praticada por homens, dentro de casa, apesar da vigência da Lei Maria Penha, que passou a valer há três anos. De janeiro a julho de 2009, a Central de Atendimento à Mulher, serviço que o Governo Federal estreou este ano para auxiliar vítimas de violência doméstica por meio do telefone 180, recebeu 139 mil ligações. Desse total, 93% dos telefonemas registraram relatos de violência familiar.
Do total de mulheres que recorreram ao serviço telefônico, 35% alegaram estar correndo risco de morte e 64% disseram que a violência em casa era cotidiana. “Isso é tortura efetiva. A violência contra a mulher é o ato mais cruel de submissão de uma pessoa a outra. Os presos de guerra são tratados dessa forma”, afirmou a subsecretária de Monitoramento e Ações Temáticas da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. O órgão é vinculado à Presidência da República.
Relação direta - Ela também cita dado do instituto Perseu Abramo, que afirma que a cada 15 segundos uma mulher é espancada e violentada no Brasil. Na avaliação de Aparecida Gonçalves, os altos índices de criminalidade registrados pelas Secretarias de Segurança Pública, em quase todo o País, tem relação direta com a violência doméstica. “Uma criança que cresceu vendo a mãe apanhando, com uma faca no pescoço, não terá outra forma de relação que não seja a violência”, afirmou Aparecida Gonçalves.
A ex-titular da Delegacia da Mulher, Catarina Torres, que ficou à frente da repartição por 16 anos, disse concordar “em gênero, número e grau” com as declarações de Aparecida Gonçalves. De acordo com ela, a violência praticada contra a mulher, no Amazonas, não se difere das demais regiões do Brasil e do mundo. A média de registros de ocorrência na Delegacia da Mulher do Amazonas é de 800 por mês.
Relação direta - Ela também cita dado do instituto Perseu Abramo, que afirma que a cada 15 segundos uma mulher é espancada e violentada no Brasil. Na avaliação de Aparecida Gonçalves, os altos índices de criminalidade registrados pelas Secretarias de Segurança Pública, em quase todo o País, tem relação direta com a violência doméstica. “Uma criança que cresceu vendo a mãe apanhando, com uma faca no pescoço, não terá outra forma de relação que não seja a violência”, afirmou Aparecida Gonçalves.
A ex-titular da Delegacia da Mulher, Catarina Torres, que ficou à frente da repartição por 16 anos, disse concordar “em gênero, número e grau” com as declarações de Aparecida Gonçalves. De acordo com ela, a violência praticada contra a mulher, no Amazonas, não se difere das demais regiões do Brasil e do mundo. A média de registros de ocorrência na Delegacia da Mulher do Amazonas é de 800 por mês.
“A violência contra a mulher é uma tortura silenciosa porque a vítima está junto do inimigo. Não tem Polícia no mundo que possa evitar um crime passional. O negócio é tão horrendo que o sujeito está torturando e as pessoas duvidam dos relatos da mulher porque não acreditam que algo do tipo esteja acontecendo. É um negócio desumado, que atinge não é só a ‘Mariazinha’ da Zona Leste, mas a doutora também”, disse Catarina Torres.
Fonte: A Crítica / Foto-montagem:Alexandre Fontoura/Divulgação