12 de janeiro de 2010

Mandato é prioridade

Ouço que, durante ano eleitoral em que tem o mandato em jogo, todo político se sente dividido entre as obrigações do parlamento e a luta por manter o cargo. Trata-se de contradição inerente ao sistema político nacional, que obriga o candidato a se ausentar justamente da atividade pela qual está lutando. Quero evitar essa armadilha.

Pretendo fazer o esforço possível para cumprir todos os deveres na Câmara Federal. Não vou deixar passar votação importante, nem semana sem bater ponto nas comissões e no plenário.
Volto do recesso disposta a redobrar atenção na questão ambiental, uma vez que a COP-15 criou um fundo para REDD (a sigla em inglês para Reducing Emissions from Deflorestation and Degradation ou, em tradução livre, reduzindo emissões provenientes de desflorestamento e degradação), mas deixou pendente a regulamentação. Estarei vigilante, ao lado das Organizações Não-Governamentais (ONGs) ambientais, sempre com a perspectiva de que o maior responsável pela manutenção da Floresta Amazônica no Estado do Amazonas, o caboclo, precisa de compensações urgentes ou estará condenado ao subdesenvolvimento.

Também quero participar de questões práticas, como a maturação de bancos de leite materno no Amazonas. A capital tem apenas um, na maternidade Ana Braga, e o interior nenhum. Como não me canso de repetir, esse produto é feito sob medida pela natureza para aquele bebê, que não precisa de mais nada – nem de água! – para garantir a sobrevivência e parte fundamental da qualidade de vida futura.

Não descuidarei da questão da mulher. Conquistamos a Lei Maria da Penha, mas esse importante instrumento contra a violência doméstica ainda não passa de uma criança, necessitando de colo para sobreviver.

E, finalmente, mas não menos importante, mantenho atenção sobre a cidade. Manaus considera normal, ano após ano, fazer campanha para tapar buracos das ruas. Ora, essa é uma das maiores constatações de trabalho mal feito. A justificativa é que chove muito e o piso não resiste. Miami, nos EUA, construída sobre charcos, tem vias impecáveis. E aí alguém indaga: “Você está comparando os EUA com o Brasil?” Estou. Nosso País não é mais pobrezinho. Está cada vez mais rico. Precisa é aprender a gastar o dinheiro.


Rebecca Garcia
Artigo publicado no jornal Diário do Amazonas no dia 11/01