O III Fórum das Águas de Manaus foi aberto pela deputada federal Rebecca Garcia. A parlamentar fez questão de prestar sua homenagem ao ex-vice-presidente, José de Alencar, com um minuto de silêncio. Logo depois, formou-se a mesa com diversas autoridades, como o secretário de Estado de Recursos Hídricos, Daniel Nava, o vereador Ademar Bandeira, e os representantes do Ifam.
Em sua fala de abertura, Rebecca lembrou do poder que a sociedade tem para colaborar com as mudanças na problemática da água. “De nada debatermos, se não mudarmos nossa consciência. Precisamos mudar a cultura do nosso povo, o que é muito difícil. Não adianta fazermos lei, se o nosso relacionamento com esse bem tão precioso, que é a água, não for outro. Nós vimos aqui, que tudo depende da água. A indústria, as agriculturas não existiriam se não tivéssemos a água. Cada cidadão do mundo tem direito a esse bem. Mas, para isso também precisa contribuir”, disse a deputada.
Em seguida, a deputada estadual, Conceição Sampaio também mencionou que o desperdício deve ser combatido e nesse caso a população tem relação direta. “A gente toma um copo de água, mas para lavarmos esse copo, gastamos três vezes mais. Nós precisamos cobrar do próximo, mas também temos de olhar para nós mesmo”, falou Conceição.
Por fim, o deputado estadual, Marcelo Ramos completou dizendo que o desafio é tirar os debates dos auditórios e aplicar junto com a população. “Nosso objetivo esse ano em tirar o Fórum da Assembleia Legislativa, foi torná-lo mais próximo do povo. Temos que resgatar o que nossa geração e as passadas fizeram com as nossas águas. Não podemos deixar que essa destruição continue, comentou.
Palestras
Para iniciar o Painel de Palestras, foi convidado o diretor executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos. Com o tema “O Desafio dos Esgotos e a Importância da Participação da Sociedade”, ele abordou falou sobre essa problemática em várias cidades do país. Disse que no Amazonas, aproximadamente 60% da água coletada nas Estações são perdidas. Édison aponta duas possibilidades: ligações clandestinas ou vazamentos. “Estive no Prosamim e fiquei impressionado com o que foi feito. Mas, ainda pode-se fazer muita coisa. Já que apenas 11% do esgoto de toda a capital é coletado”, completou.
A segunda palestra foi do superintendente do Serviço Geológico do Brasil/AM, Marco Oliveira, que abordou o regime da cheia e vazante na Amazônia. Com o tema: “Os Ciclos de Seca e Cheia na Amazônia”, Marco trouxe dados e fotos dos fenômenos mais recentes. E ainda deu o alerta de cheia para esse ano, que deve ser mais um recorde. Além de abordar o problema dos poços artesianos. “Como as zonas norte e leste são as que mais sofrem com a falta de água, nessas áreas foram construídos diversos poços. Hoje Manaus tem mais de 10 mil poços. E o problema é que a maioria não foi cavada como deveria e isso é um risco para a saúde”, finalizou Marco.
Fechadas as palestras, os participantes do Fórum puderam fazer perguntas, tirar suas dúvidas e interagir com os palestrantes.
Daqui a pouco mais informações sobre o Fórum.