Companhias assinaram pacto para não negociar com fazendas embargadas.
Entre os signatários estão frigoríficos e redes de supermercados.
Entre os signatários estão frigoríficos e redes de supermercados.
Pelo menos 11 empresas se comprometeram, nesta quarta-feira (15), a cortar fornecedores cujos produtos se originam da destruição da Amazônia. Elas assinaram um pacto em que se comprometem a não comprar mercadorias de fazendas incluídas na lista de propriedades embargadas pelo Ibama.
A assinatura do documento fez parte do seminário “Conexões Sustentáveis: São Paulo – Amazônia”, que ocorreu nesta terça e quarta-feira, em São Paulo. Organizado pelo Movimento Nossa São Paulo e pelo Fórum Amazônia Sustentável (FAS), o evento teve como objetivo estudar como a maior metrópole do Brasil causa impactos negativos na grande floresta tropical.
Entre os signatários do documento estão as redes de supermercados Pão de Açúcar, Wal-Mart e Carrefour, além da a madeireira Léo Madeiras e dos frigoríficos Marfrig e JBS Friboi, uma das maiores empresas de carne bovina do mundo.
Representantes dos candidatos Gilberto Kassab e Marta Suplicy, que concorrem à prefeitura de São Paulo, também assinaram um termo de compromisso afirmando que, caso eleitos, os políticos não permitirão que a prefeitura do município adquira produtos amazônicos de empresas com problemas ambientais.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, esteve presente no evento e anunciou que utilizará recursos do Fundo Amazônia para monitorar e rastrear o destino das mercadorias produzidas ilegalmente na região. “O que vai fazer diferença [na conservação da floresta] é o consumidor”, afirmou.
São Paulo x Amazônia - Nesta terça-feira (14), organizadores do evento lançaram um estudo mostrando que muitos produtos consumidos em São Paulo têm entre suas matérias-primas produtos amazônicos de origem ilegal.
Segundo Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos, muitas empresas não sabem que compram produtos que têm origem em crimes ambientais, mas é importante que elas verifiquem a situação de seus fornecedores. “Se as empresas não têm dolo, têm culpa, pois acabam contribuindo para o processo de desmatamento”, disse.
Além de não comprarem de fazendas embargadas, as empresas também se comprometeram a cortar fornecedores que figurem no cadastro de empregadores que utilizaram trabalho análogo à escravidão, conhecido como “lista suja” do trabalho escravo, que é divulgado semestralmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O pacto lançado em São Paulo é dividido em três documentos: um para a carne, outro para a soja e um terceiro para a madeira, além do termo assinado pelos candidatos a prefeito. Os documentos ainda estão abertos para novas assinaturas, e a verificação do cumprimento das suas cláusulas será feita por um grupo formado por ONGs e empresas.
Fonte: G1