29 de outubro de 2009

Na luta pelo meio ambiente

Diante da proximidade da nova rodada internacional de negociações sobre as reduções dos gases do efeito estufa, marcada para dezembro, em Copenhague, na Dinarmarca, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta semana, a Política Nacional sobre Mudança do Clima e a criação do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC). Os dois projetos ainda vão ser votados pelo Senado.

A Política foi instituída com a aprovação do Projeto de Lei 18/07, do deputado Sarney Filho (PV-MA), na forma do substitutivo da comissão especial, de autoria do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP). O PL 1378/07, da deputada Rebecca Garcia (PP-AM), que dispõe sobre a redução da emissão de gases do efeito estufa no território nacional, estava apensado à matéria e foi aprovado também pelo relatório do deputado Mendes Thame.

Os objetivos da Política são reduzir as emissões de gases e implementar medidas de adaptação às mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global. O texto inclui como instrumento de execução dessa política o estabelecimento de padrões ambientais e de metas quantificáveis de redução e remoção de gases do efeito estufa. Essas metas deverão ser passíveis de verificação. Outra determinação é o uso de critérios diferenciados em licitações públicas para favorecer produtos e serviços que signifiquem maior economia de energia, de água e redução na emissão dos gases.

“Copenhaguen está aí e o Brasil não podia chegar lá para negociar redução das emissões de carbono pelos países desenvolvidos sem ter aprovado o Plano e o Fundo. Demos um importante passo e a partir de agora temos ações concretas para levar para essa rodada de negociação internacional. Vamos trabalhar para o Senado aprovar logo e podermos colocar em prática tudo o que está no papel”, comenta Rebecca.


Fundo - O FNMC, criado pelo PL 2223/07, busca financiar ações de adaptação à mudança climática e projetos de controle da emissão de gases do efeito estufa. Ele será administrado por um comitê gestor vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), com seis representantes do Executivo federal e cinco do setor não-governamental.

Uma das fontes de recursos do novo fundo é parte da cota de 10% que cabe ao MMA no rateio da participação especial devida pelas empresas petrolíferas quando há grande volume de produção ou grande rentabilidade. O fundo ficará com até 6% dessa participação especial. Outras fontes de recursos são os valores previstos no Orçamento da União, os decorrentes de acordos com os governos e órgãos da administração pública, e os empréstimos de instituições financeiras nacionais e internacionais. O dinheiro poderá ser usado para fazer empréstimos ou realizar apoio financeiro, sem reembolso, a projetos para reduzir a emissão de gases ou de adaptação à mudança climática.

O texto define, na lei que quebrou o monopólio do petróleo (9.478/97), as atividades de gestão ambiental nas quais poderão ser usados os 10% dos recursos da participação especial destinados ao MMA. O dinheiro poderá ser usado, por exemplo, em estudos de conservação ambiental, no uso sustentável dos recursos naturais, em novas práticas e tecnologias menos poluentes, na redução do desmatamento e na recuperação de áreas degradadas.

Mercado de carbono – A Política Nacional e o Fundo de Mudanças Climáticas também poderão destinar recursos para o mercado de carbono, pelo qual os países que tem metas de redução a cumprir podem comprar "créditos de carbono" pagando por projetos que promovam a retirada da atmosfera de gases que contêm esse elemento químico. Assim, podem captar carbono em vez de reduzir a própria emissão.

Diretrizes – A Política enumera treze diretrizes, entre elas adotar ações para aliviar os efeitos da mudança do clima em concordância com o desenvolvimento sustentável; promover a cooperação internacional para desenvolver e difundir tecnologias de redução dos gases; e apoiar e estimular padrões sustentáveis de produção e consumo.

Confira aqui mais detalhes sobre os projetos

Fonte: Agência Câmara e Assessoria de Comunicação Dep. Rebecca Garcia / Foto1: Rodolfo Stuckert)